Os conservadores da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o Partido Social-Democrata (SPD) trocaram farpas a respeito de imigração e cortes de impostos nesta terça-feira, e se questiona cada vez mais se os dois lados conseguirão renovar a "grande coalizão" que governou o país nos últimos quatro anos.
Merkel, pressionada por ainda não ter conseguido formar um governo três meses depois das eleições nacionais, espera cumprir um quarto mandato persuadindo os sociais-democratas, de centro-esquerda, a se unirem ao governo conservador, apesar das derrotas duras que sofreram na votação de setembro.
Líderes partidários ser reunirão para negociações preliminares no dia 3 de janeiro e conversas exploratórias acontecerão entre os dias 7 e 12, mas um número crescente de políticos agora diz que Merkel pode ter que comandar um governo de minoria ou enfrentar novas eleições.
O vice-líder do SPD, Thorsten Schaefer-Guembel, disse que os comentários recentes de alguns conservadores foram "contraproducentes para toda forma de formação de governo" e que provocaram dúvidas sobre o desejo dos conservadores de governarem em parceria.
Ele disse que um acordo sobre uma nova coalizão está longe de ser algo certo e que não está claro se as conversas resultarão em confiança suficiente.
"Um governo de minoria continua sendo uma opção, mesmo se a chanceler Angela Merkel não quiser admiti-lo", argumentou ele em uma entrevista publicada nesta terça-feira no jornal Passauer Neue Presse.
Schaefer-Guembel citou diferenças com os conservadores em uma gama de assuntos e rejeitou como "absurdas" as propostas de alguns conservadores de cortar impostos para contribuintes de alta renda.
Os conservadores e o SPD também discordam a respeito da saúde pública, da imigração, da Europa, das leis trabalhistas e das aposentadorias.
Schaefer-Guembel disse ter apoiado o clamor feito por Andrea Nahles, líder parlamentar do SPD, para aumentar os impostos para os mais ricos e pediu novos esforços para se evitar que grandes empresas soneguem.
A União Social-Cristã (CSU), parceira bávara de Merkel, se distanciou do SPD por meio de propostas políticas que pedem cortes de impostos corporativos, reduções nos benefícios para postulantes a asilo, mais gasto com os militares e limites à imigração.
O poderoso conselho econômico da União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel disse que exortará os líderes da CSU a pressionarem por um governo de minoria quando se reunirem nesta semana, argumentando que a Alemanha enfrentará "fardos financeiros enormes durante gerações" se o SPD for adiante com seus planos de gastos em uma coalizão.