Papua Nova Guiné bloqueará acesso a Facebook por um mês

País quer "limpar" fake news e "educar" população

30 mai 2018 - 14h15
(atualizado às 15h30)

O governo da Papua Nova Guiné irá impedir o acesso ao Facebook por um mês no país, em um curioso e polêmico experimento que visa a entender o impacto das fake news na sociedade.

Pessoas protestam contra Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, em frente à Comissão Europeia em Bruxelas
Pessoas protestam contra Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, em frente à Comissão Europeia em Bruxelas
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

"Este período irá permitir que sejam identificadas informações e perfis falsos, e usuários que divulgam conteúdo pornográfico ou pedófilo. Todos serão filtrados e removidos. Isso também fará com que as pessoas com identidades verdadeiras tenham mais responsabilidade em usar as redes sociais", disse o ministro da Comunicação, Sam Basil.

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De acordo com ele, o crescimento constante das redes sociais sempre impediu o governo de ter tempo para "refletir sobre as vantagens e desvantagens do Facebook e para educar a população".

Citando o escândalo da Cambridge Analytica, o ministro também disse que "esse pode ser o momento de criar uma própria rede social". O banimento do Facebook é permitido por meio da Lei de Crimes Cibernéticos, que vai aprovada no país em 2016.

A Papua Nova Guiné, na Oceania, tem uma população de oito milhões de pessoas, mas menos de 15% delas têm acesso à internet.

A decisão do governo gerou preocupação na comunidade internacional, já que alguns países, como a China, bloqueiam o Facebook por motivo de censura.

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"Um mês é um tempo interessante, mas não tenho certeza que o projeto levará ao resultado necessário. Se o problema são as fake news, existem outros modos de monitorar o fenômeno sem bloquear a plataforma toda", comentou Aim Sinpeng, especialista de política e mídias digitais da Universidade de Sidney.

  
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