Países árabes veem Tunísia como laboratório da democracia
22 jan2011 - 08h28
Lúcia Müzell
Direto de Paris
Desde que a revolta popular na Tunísia surpreendeu o mundo, não são apenas os próprios tunisianos que se impressionam com a força que o movimento teve nas ruas - em apenas um mês, foi capaz de depor do poder um ditador que comandava o país havia 23 anos. Agora, os outros colegas déspotas de Zine El-Abidine Ben Ali, vizinhos da Tunísia, temem o efeito contagiante que a mobilização poderá causar. O medo, afirmam especialistas, é inevitável - e suas consequências, imprevisíveis.
Para impedir que Ben Ali tenha sido apenas a primeira peça de um verdadeiro dominó de ditadores, a primeira providência já está sendo tomada: da Argélia ao Egito, passando pelo Marrocos, e Jordânia, os distúrbios ocorridos na Tunísia mal estão sendo divulgados, a fim de não levantar movimentações semelhantes. A saída de Ben Ali do governo foi retratada como uma ação voluntária, uma cessão do poder ao seu primeiro-ministro Mohammed Ghannouchi.
No entanto, em um mundo globalizado, a internet tem atuado como fio condutor das informações, disseminadas por blogueiros e redes sociais. No Facebook, por exemplo, centenas de marroquinos e argelinos trocaram suas fotos do perfil pela bandeira da Tunísia, e a excitação nos fóruns de discussão é latente. "O que acontece agora na Tunísia é também a nossa vontade, e pode ser a nossa realidade", dizem. No Egito, onde um manifestante, inspirado pelos eventos na Tunísia, pôs fogo no próprio corpo em protesto pela ditadura de 30 anos de Hosni Moubarack, foi tratado pelas autoridades como um "doente mental sem controle dos próprios atos".
Resultado: no Facebook egípcio, emerge a campanha "somos todos desequilibrados: junte-se à campanha dos doentes mentais egípcios pela mudança". Uma grande manifestação, organizada pela rede, está sendo planejada para o próximo dia 25. Vincent Geisser, pesquisador do Instituto de Pesquisas e Estudos sobre o Mundo Árabe, em Paris, classificou os acontecimentos na Tunísia como "a queda do Muro de Berlim no mundo árabe". "A Tunísia entra em uma nova era e será inevitavelmente uma fonte de inspiração para os outros povos da região", defende Geisser.
Na opinião da diretora do programa Oriente Médio e Magreb do Instituto Francês de Relações Internacionais (Ifri), Mansouria Mokhefi, o primeiro fato provocador da revolta da Tunísia foi a divulgação, no mundo inteiro, de despachos pelo site WikilLeaks segundo os quais o país é visto como "uma nação atrasada, uma máfia, cheia de corrupção". "Eles se deram conta de que não queriam mais que o mundo os visse desta forma, e deram um basta em mais de 20 anos de um governo imposto pela força e pelo medo."
Embora, no mundo ocidental, a expectativa seja grande para que uma "revolução democrática" - como alguns vêm chamando o fenômeno tunisiano - se estenda por todo o continente, por enquanto ainda é cedo para apontar quem poderá ser o próximo país africano a botar abaixo os líderes que, há décadas, se perpetuam no poder no continente. Mokhefi lembra inclusive que, se há dois meses alguém fosse apostar em qual país aconteceria a revolta, a Tunísia não estaria entre as escolhidas.
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"O povo tunisiano é sempre tão pacífico, tranquilo. Ninguém poderia imaginar que isso aconteceria lá. Os argelinos, por exemplo, são um povo muito mais agitado e organizado para se mobilizar", disse. Justamente porque os distúrbios foram surpreendentes, a especialista pondera que seria "puro chute" se algum dos colegas pesquisadores tentasse antecipar quem será o próximo país a se levantar contra o governo. "Se você descobrir um, me avise."
Ela ressalta, entretanto, que sociedade tunisiana é muito mais educada e diplomada que as demais africanas, e que o Exército do país não se destaca como um dos mais repressores - fatores que certamente contribuíram para a mobilização. Outro ponto importante é a juventude da população, e também as altas taxas de desemprego entre os jovens, batendo os 32%.
Situação semelhante se encontra nos países árabes vizinhos, o que inspira a preocupação dos presidentes todo-poderosos. O tampão para acalmar as insatisfações do povo é sempre o mesmo: quando a tensão social aumenta, o governo responde despejando dinheiro em reivindicações pontuais da população, até que tudo volte ao normal. A Síria e a Jordânia, por exemplo, na semana passada decidiram dar de presente à população um aumento de até 72% das subvenções do Estado para os combustíveis dos funcionários públicos, em medidas que, juntas, vão custar US$ 550 milhões aos cofres dos dois países.
Turquia é bom exemplo para transição à democracia Por ter sido uma mobilização inesperada, a revolta tunisiana é também muito frágil: como não foi organizada, agora os opositores de Ben Ali terão dificuldade em apontar nomes para substituir os antigos colaboradores do ex-presidente no governo. Para a analista, apenas terá força democrática um governo que represente todas as principais camadas da sociedade, inclusive os islâmicos - tão temidos e, ao mesmo tempo, descartados da política nacional.
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O caso da Turquia, sustenta, é um bom exemplo a ser seguido: democrática, laica e cada vez mais próxima da Europa, desde que aboliu o sistema de partido único, em 1945, e participou da formação da Organização das Nações Unidas (ONU). Desde então, o país vem enumerando fracassos de tentativas de golpes de Estado, até que hoje tem um governo parlamentar sólido, mesmo se formado em torno de um partido islamo-conservador, o AKP.
Por enquanto, os países vizinhos da Tunísia acompanham com cautela qual será o próximo passo no país, inclusive para visualizarem com mais clareza se a população é capaz de transformar a revolta em uma verdadeira revolução. Se os tunisianos falharem na formação de um novo governo democrático, não apenas desestimularão os demais povos a seguirem o seu exemplo como reforçarão a sede das ditaduras vizinhas por repressão de mobilizações.
"O levante tunisiano está encorajando os grupos de oposição na região, mas a questão é saber como os regimes vão reagir. Vão abater duramente a oposição, ou abrir lentamente o espaço político para absorver a ira crescente?", se questiona Shadi Hamid, diretor de pesquisas do Centro Brookings de Doha, em análise para o jornal Gulf News. "Mas, se a Tunísia conseguir trazer uma transformação real no regime, isso vai abrir uma grande porta para a liberdade no mundo árabe."
Momento histórico
A Tunísia começou a viver um forte turbulência social em meados de dezembro, quando jovens e estudantes iniciaram protestos contra os altos índices de desemprego na ruas da capital Túnis. As manifestações logo tomaram vulto e assumiram uma conotação política, criticando a falta de liberdade política no país.
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O governo se viu obrigado a agir. Em meio a pedidos de calma à população, o então presidente Ben Ali anunciou o fechamento de universidades e escolas, enquanto o Exército saía às ruas para frear as manifestações. Passaram a haver confrontos regulares, gerando um número ainda incerto de mortos, mas que já passa de 70, segundo dados do governo.
As medidas não foram suficientes, e Ben Ali se viu obrigado a deixar a Tunísia no dia 14 de janeiro, passando o controle do país para o Exército e o comando interino do governo para o primeiro-ministro, Mohammed Ghannouchi. Com a fuga, encerra-se um longo período de governo, iniciado em 1987 e durante o qual Ben Ali se reelegeu diversas vezes.
Sem a presença do ex-ditator, a Tunísia começa a caminhar na direção de um novo cenário político. Na segunda-feira, 16 de janeiro, o comando interino tunisiano convocou a formação de um governo de união nacional para funcionar durante o período transitório até as próximas eleições, convocadas para dentro de seis meses. Presos políticos também receberam anistia, e todos os partidos políticos serão legalizados.
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Manifestante joga bomba de gás lacrimogêneo durante confronto com policiais em Regueb
Foto: AFP
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Manifestantes atiraram pedras contra as forças de seguranças tunisianas
Foto: AP
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Estudante passa mal após entrar em confronto com forças de segurança em Regueb
Foto: AFP
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A revolta popular na Tunísia contra o alto custo de vida deixou neste fim de semana entre 14 e 20 mortos
Foto: AP
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Unidades antimotins tentaram dispersar a manifestação de estudantes
Foto: AFP
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Distúrbios e protestos ocorrem contra a carestia da vida e o desemprego desde meados de dezembro
Foto: AP
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Militares montam guarda em frente ao palácio do governo no bairro Cite Ettadhamen em Túnis, na Tunísia
Foto: AFP
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Manifestantes entram em confronto com a polícia em região próxima a capital, Túnis
Foto: Reuters
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Tanque blindado patrulha a praça principal de Sidi Bouzid, perto da capital Túnis
Foto: Reuters
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quipes de resgate evacuam feridos durante os violentos distúrbios em Túnis
Foto: AP
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27 de dezembro de 2010 - Manifestantes entram em confronto com membros das forças de segurança de Túnis
Foto: AFP
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27 de dezembro de 2010 - Pessoas, uma deles segurando um pão, protestam em Túnis para mostrar sua solidariedade com os habitantes de Sidi Bouzid, que realizaram manifestações contra o desemprego e as más condições de vida
Foto: AFP
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09 de janeiro - Pneu é queimado nas ruas de Regueb, cidade perto de Sidi Bouzid, durante confronto de manifestantes com as forças de segurança
Foto: AFP
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09 de janeiro - Fumaça é vista nas ruas de Regueb, cidade perto de Sidi Bouzid, durante confronto de manifestantes com as forças de segurança
Foto: AFP
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10 de janeiro - Membro das forças de segurança da Tunísia mira na direção de um manifestante tunisiano que se prepara para atirar uma pedra em direção a eles durante os confrontos entre manifestantes e forças de segurança em em Regueb, cidade perto de Sidi Bouzid
Foto: AFP
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10 de janeiro - Manifestante tunisiano se prepara para lançar gás lacrimogêneo durante confrontos com as forças de segurança em Regueb, cidade perto de Sidi Bouzid
Foto: AFP
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12 de janeiro - Militares montam guarda em frente ao palácio do governo no bairro Cite Ettadhamen em Túnis, onde manifestantes queimaram veículos e atacaram escritórios do governo na noite anterior
Foto: AFP
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13 de janeiro - Tunisianos se reúnem na frente de um shopping que foi incendiado no bairro de Cite Ettadhamen em Túnis, onde manifestantes queimaram veículos e atacaram escritórios do governo na noite anterior
Foto: AFP
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13 de janeiro - Policiais militares montam guarda no centro de Túnis após tentativa de protesto que aconteceu no início do dia
Foto: AFP
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14 de janeiro - Manifestante protestam em frente ao ministério do Interior na avenida Habib Bourguiba, em Túnis, após o discurso do presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali à nação
Foto: AFP
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14 de janeiro - Fumaça é vista depois de confrontos entre forças de segurança e manifestantes em Túnis, após o discurso do presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali à nação
Foto: AFP
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14 de janeiro - Manifestantes confrontam-se com a polícia na avenida Mohamed V em Túnis
Foto: AFP
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14 de janeiro - Manifestantes jogam pedras durante confrontos com forças de segurança na avenida Mohamed V em Túnis
Foto: AFP
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14 de janeiro - Manifestantes jogam pedras durante confrontos com forças de segurança na avenida Mohamed V em Túnis
Foto: AFP
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14 de janeiro - Soldados enfrentam manifestantes em tanque blindado na avenida Mohamed V em Túnis
Foto: AFP
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15 de janeiro - Centenas de soldados e tanques de guerra patrulharam as ruas de Túnis, capital da Tunísia, após os violentos protestos no país
Foto: Zohra Bensemra
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15 de janeiro - Tunisianos que moram na França saíram para protestar contra o presidente do país africano, Zine al-Abidine Ben Ali
Foto: Robert Pratta
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Fumaça era vista em mercado francês e tunisiano na cidade de La Gazella
Foto: AFP
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Transeunte na Tunísia observa carro que acabou queimado após onda de protestos na cidade de La Gazella
Foto: AP
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Funcionários limpam estação de trem prejudicada durante manifestação que ocorreu noite a dentro na Tunísia
Foto: AFP
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Imigrantes da Tunísia protestam na Bélgica contra o presidente Zine Abidine El Ben Ali
Foto: AP
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Mulher segura cartaz de Zine Abidine El Ben Ali com a escrita de "procurado", em manifestação ocorrida na França
Foto: AP
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Após protestos, soldados garantem a segurança do prédio onde fica o parlamento da Tunísia
Foto: AP
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Presidente interino da Tunísia, Fued Mebaza, tomou o cargo após o líder do país Zine El Abidine Ben Ali fugir
Foto: AP
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17 de janeiro - Policial corre atrás de manifestante que protestava, no centro de Túnis
Foto: Reuters
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17 de janeiro - Homem protesta enquanto militares soltam gás lacrimogêneo para dispersar a manifestação, em Túnis
Foto: Reuters
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17 de janeiro - Homem grita enquanto soldado tenta remover manifestantes, na capital Túnis
Foto: AP
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17 de janeiro - Soldados tentam dispersar manifestação, no centro de Túnis
Foto: AFP
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17 de janeiro - Manifestantes protestam contra o ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali, em Túnis
Foto: AP
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17 de janeiro - Em Marselha, na França, homem grita em protesto contra o presidente tunísio, Ben Ali, em frente ao consulado da Tunísia
Foto: AFP
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17 de janeiro - Mulher tenta beijar soldado durante protesto contra o ex-presidente Ben Ali, nas ruas da capital do país
Foto: AP
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17 de janeiro - Manifestante enfrenta policiais nas ruas de Túnis
Foto: AFP
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17 de janeiro - Em visita aos Emirados Árabes Unidos, o Secretário-Geral das Nações Unidas pediu o restabelecimento da ordem na Tunísia
Foto: AP
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17 de janeiro - O premiê Mohamed Ghannouchi anuncia novo governo de união nacional durante entrevista coletiva em Túnis
Foto: Reuters
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17 de janeiro - Polícia tenta conter manifestantes em Túnis: mesmo após a renúncia de Ben Ali, protestos contra o ex-presidente persistem na capital
Foto: Reuters
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17 de janeiro - Leila Ben Ali, mulher do presidente deposto da Tunísia, é suspeita de ter retirado uma reserva 1,5 tonelada de ouro do país e levado consigo na partida em direção aos Emirados Árabes Unidos. A foto acima é de outubro de 2008
Foto: AP
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17 de janeiro - Retratos dos ex-presidentes Ben Ali e Habib Bourguiba são encontrados em edifício oficial da capital Túnis, no mesmo dia do anúncio do governo de "união nacional"
Foto: EFE
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18 de janeiro - Tunisianos protestam na Avenida Roma, em Túnis. A polícia usou gás lacrimogêneo e entrou em confronto com os manifestantes, que protestavam contra o novo governo do país
Foto: AFP
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18 de janeiro - Policiais dispersam manifestantes que protestavam contra novo governo na avenida Roma, em Túnis
Foto: AFP
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18 de janeiro - Policial cobre o rosto após terem lançado gás lacrimogêneo contra manifestantes que protestavam contra o novo governo em Túnis
Foto: AFP
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18 de janeiro - Tunisianos protestam na avenida Roma, em Túnis, contra o novo governo do país
Foto: AFP
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19 de janeiro - Manifestantes são empurrados para trás por policiais durante uma manifestação na cidade de Túnis
Foto: Reuters
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19 de janeiro - Protesto compara o governo do presidente Zine al-Abidine Ben Ali com o nazismo; família de Ben Ali também virou alvo
Foto: Reuters
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20 de janeiro - Soldado empurra manifestante em frente à sede do partido de Ben Ali, a Agrupação Democrática Constituicional (RDC)
Foto: Reuters
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20 de janeiro - Soldado empunha arma com flor, durante manifestação na capital Túnis
Foto: Reuters
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20 de janeiro - Manifestantes tunisianos entregam flores aos militares durante protesto contra o governo de Ben Ali
Foto: AP
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20 de janeiro - Enrolada na bandeira da Tunísia, mulher protesta em frente à sede do partido do presidente deposto, Bel Ali
Foto: Reuters
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24 de janeiro - Depois de desafiar o toque de recolher, manifestantes entraram em confronto com a tropa de choque na região central de Túnis
Foto: AFP
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25 de janeiro - Moradores de Sidi Bouzid and Kasserine, na região central da Tunísia, fazem protesto em frente ao palácio governamental de Túnis
Foto: AFP
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25 de janeiro - Soldados fazem guarda em frente ao escritório do premiê Mohammed Ghannouchi
Foto: AFP
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25 de janeiro - Carcereiros e parentes de prisioneiros islamitas protestam dentro do Ministério da Justiça, em Túnis
Foto: AFP
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25 de janeiro - Soldado tunisiano fala com manifestante enrolado na bandeira nacional durante protesto na frente do palácio do governo
Foto: AFP
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25 de janeiro - Moradores da região de Sidi Bouzid and Kasserine, fazem protesto em frente ao escritório do premiê Ghannouchi
Foto: AFP
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25 de janeiro - Moradores de Sidi Bouzid and Kasserine, na região central da Tunísia, incendeiam imagem do presidente deposto Ben Ali
Foto: AFP
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26 de janeiro - Moradores da região de Sidi Bouzid, no centro da Tunísia, entram em confronto com as forças de segurança em frente ao gabinete do primeiro-ministro Mohammed Ghannouchi em Túnis
Foto: AFP
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26 de janeiro - Morador de Túnis atira uma pedra enquanto um policial lança gás lacrimogêneo em manifestantes na frente do gabinete do primeiro-ministro Mohammed Ghannouchi em Túnis
Foto: AFP
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26 de janeiro - Manifestante ferido é evacuado após confrontos com a polícia durante protesto na frente do escritório do primeiro-ministro em Tunis
Foto: AFP
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26 de janeiro - Moradores da região de Sidi Bouzid, em Túnis, atacam um oficial em um carro da polícia, durante as manifestações o governo interino
Foto: AFP
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5 de maio - Policial com roupas discretas desfere chute contra manifestante durante repressão a protesto em Tunis, onde centenas de manifestantes cobraram do governo da Tunísia as reivindicações feitas durante a revolução que derrubou, no início do ano, o ex-presidente Ben Ali, após mais de 23 anos de poder
Foto: AP
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5 de maio - Agente sem uniforme policial chuta manifestante que já está caído, durante manifstação para cobrar exigências da revolução, em Tunis
Foto: AP
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5 de maio - Policial enfrenta manifestante que tenta dialogar, em rua de Tunis
Foto: AP
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5 de maio - Policial reprime protesto e bate em manifestantes caidos em calçada, na capital Tunis
Foto: AP
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5 de maio - Manifestante é arrastado por policial após ser preso em protesto que cobrou cumprimento das reivindicações da revolução e questionou boato sobre suposta preparação de golpe militar para julho
Foto: AFP
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5 de maio - Manifestantes carregam jovem ferida durante repressão das forças de segurança da Tunísia a protesto, na região central de Tunis