Mil soldados americanos adicionais permanecerão no Afeganistão no próximo ano para atender a escassez temporária nas forças da Otan, anunciou neste sábado o secretário da Defesa americano, Chuck Hagel, durante uma visita a Cabul.
O presidente americano aprovou esta medida apesar de um plano destinado a limitar as forças americanas neste país a um máximo de 9.800 efetivos em 2015.
As prolongadas eleições afegãs atrasaram a assinatura dos acordos de segurança com os Estados Unidos e os países membros da Otan, adiando os planos para que os governos ocidentais anunciassem sua contribuição em tropas para a missão no país no próximo ano, segundo explicou Hagel.
"Devido ao atraso na assinatura dos acordos (...) a Operação Apoio Decidido está atrasada em vários meses", afirmou à imprensa.
"O presidente (Barack) Obama concedeu aos comandantes militares americanos a flexibilidade necessária para lidar com qualquer escassez temporária nas forças que poderíamos experimentar por alguns meses (...)", declarou Hagel a jornalistas.
"Isto significa um atraso na remoção de cerca de 1.000 soldados americanos -de modo que haverá 10.800 em vez de 9.800 - no Afeganistão depois do final deste ano, e durante os primeiros meses de 2015", disse ele.
O secretário de Defesa explicou que a decisão de Obama não mudava a missão das tropas para o próximo ano - que vai se concentrar no treinamento das forças afegãs - e não altera o prazo para a redução das tropas americana ao longo dos próximos dois anos.
Durante sua visita, Hagel se reuniu com o presidente afegão Ashraf Ghani e com o chefe de governo Abdullah Abdullah.
Em 2010, aproximadamente 130 mil soldados da Otan chegaram a combater no Afeganistão como parte da intervenção ocidental iniciada no final de 2001. A partir de 31 de dezembro de 2014 a missão de combate da Otan será concluída, e 12,5 mil soldados devem permanecer no país, com o objetivo de formar o exército afegão.
Os duros golpes recebidos pelas forças militares e civis do Afeganistão, que sofreram nesta ano um número recorde de ofensivas fatais, desataram os temores de que após o fim da missão da Otan o país se desestabilize.
Nos 10 primeiros meses de 2014, mais de 4,6 mil soldados e policiais afegãos foram assassinados, e no mês passado houve vários ataques contra diplomatas, tropas americanas e veículos do exército.
"A recente onda de ataques de talibãs deixou claro que a comunidade internacional não deve vacilar em seu apoio para que o Afeganistão seja um país estável, seguro e próspero", afirmou Hagel.
Nesta semana o presidente Ghani participou de uma conferência de doadores em Londres, na qual recebeu apoio de 59 países, que reiteraram o respaldo financeiro já adotado em 2012.
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