Imersa na crise, Jordânia elege Parlamento boicotado por oposição

23 jan 2013 - 17h49
(atualizado às 17h59)

Os jordanianos votaram nesta quarta-feira a composição de sua nova Câmara baixa, azafamados pela crise e com a esperança que melhorem suas condições de vida, embora o boicote da oposição tenha manchado a legitimidade do Parlamento resultante.

O presidente da Comissão Eleitoral Independente (CEI), Abdelelah Khatib, anunciou que a participação alcançou 56,5% dos eleitores registrados para as eleições.

Publicidade

No total votaram 1,3 milhões dos 2,3 milhões de jordanianos que se registraram, um número reduzido levando em conta que 3,5 milhões tinham direito a voto.

O aumento nos últimos meses do desemprego e a retirada dos subsídios aos produtos energéticos, que incitou violentos protestos em novembro passado, fizeram com que uma das principais reivindicações dos eleitores seja uma solução à situação econômica.

As 150 cadeiras da Câmara baixa, a única eleita por sufrágio popular, já que o Senado é designado diretamente pelo rei Abdullah II, foram disputados por um total de 1.425 candidatos.

A Irmandade Muçulmana e seu braço político, a Frente de Ação Islâmica, decidiram não participar das eleições, da mesma forma que outros seis partidos de esquerda e pan-árabes, em protesto pela lei eleitoral, que beneficia as zonas rurais e as tribos e não os partidos.

Publicidade

Além disso, a oposição também protestou com sua chamada à abstenção contra as prerrogativas do monarca de designar os membros do Governo e da Câmara alta do Parlamento.

O presidente da CEI minimizou a importância das críticas formuladas pela Irmandade que a afluência às urnas foi "muito fraca" e que o Governo permitiu às Forças Armadas votar a fim de elevar o nível de participação.

Segundo Khatib, centenas de observadores locais e estrangeiros registraram um "número limitado de violações da lei".

Por sua parte, o chefe da Direção da Segurança Pública, Hussein Mayali, disse que houve 47 incidentes menores, como disparos ao ar e choques entre seguidores de candidatos rivais, mas que estes não afetaram o processo eleitoral.

Estas eleições legislativas antecipadas, as primeiras realizadas na Jordânia após o início da Primavera Árabe, foram supervisionadas pela CEI, criada no ano passado para substituir nesta função o Ministério do Interior, acusado de manipular os pleitos anteriores.

Publicidade

As eleições contaram, além disso, com a supervisão de sete mil observadores locais e cerca de 500 estrangeiros, entre eles uma missão de 80 analistas da União Europeia.

  
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se