O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu nesta quinta-feira, em sua primeira visita a Bagdá, proteção aos civis que se encontram no fogo cruzado nas operações para libertar a cidade de Mossul do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Durante uma entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro iraquiano, Haider al Abadi, Guterres afirmou que este é "um momento histórico" para o Iraque e pediu "proteção para os civis durante as operações" militares, assim como o "respeito" ao direito internacional humanitário.
"O Iraque se encontra na etapa final de sua luta contra o terrorismo. Mantemos a esperança para que a libertação de Mossul termine em breve", acrescentou.
Para Guterres, após a derrota do EI em Mossul, é preciso firmar "um compromisso de diálogo nacional para que haja um processo de reconciliação" entre o povo iraquiano com o objetivo de "criar progressivamente as condições para uma vida normal no país".
Por sua vez, Al Abadi reiterou que as forças iraquianas "protegem os civis em Mossul e não os matam, enquanto o Daesh (acrônimo em árabe de Estado Islâmico) os usa como escudos humanos".
No dia 17 de março, um bombardeio supostamente lançado por aviões da coalizão internacional - liderada pelos Estados Unidos - no bairro ocidental de al Yadida matou mais de 150 pessoas, o que causou uma grande controvérsia nos últimos dias.
Al Abadi acrescentou que "libertar os cidadãos e protegê-los é nosso objetivo e qualquer atraso nas operações causará mais vítimas".
Em relação aos jihadistas, o primeiro-ministro iraquiano os acusou de tentar deter as manobras para fugir da cidade.
A ONU informou que pelo menos 307 pessoas morreram no oeste de Mossul entre 17 de fevereiro e 22 de março e outras 273 ficaram feridas como consequência dos ataques do EI e bombardeios aéreos.
No dia 19 de fevereiro teve início a última fase da ofensiva para expulsar os extremistas de seu principal bastião no Iraque e onde o líder do EI, Abu Bakr al Baghdadi, proclamou o "califado".