Conheça a história por trás do arsenal de armas químicas do regime sírio

Derrotada por Israel em 3 guerras e temerosa de que seu inimigo tivesse obtido armas nucleares, Síria começou a construir um programa secreto

28 ago 2013 - 10h25
(atualizado às 13h50)

A Síria, derrotada por Israel em três guerras e temerosa de que seu arqui-inimigo tivesse obtido armas nucleares, começou a construir um programa secreto de armas químicas há pelo menos três décadas, com a ajuda de vizinhos, aliados e de atacadistas europeus de produtos químicos.

Damasco não tinha tecnologia e capacidade científica para estabelecer um programa próprio, mas, com o apoio de aliados estrangeiros, acumulou o que seria um dos mais letais arsenais mundiais de gases nervosos, segundo especialistas militares ocidentais.

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"A Síria dependeu fortemente da ajuda externa no começo do seu programa de armas químicas, mas o entendimento agora é de que eles têm capacidade doméstica de produção de armas químicas", disse Amy Smithson, do Centro James Martin para os Estudos da Não-Proliferação, em Washington, e especialista em armas químicas, nucleares e biológicas.

Desde o começo da guerra civil síria, há dois anos e meio, já houve várias denúncias sobre o uso de armas químicas, sendo a mais grave delas na semana passada, quando a oposição acusou o governo de ter matado centenas de civis durante a noite em um ataque com gás sarin ou similar contra subúrbios de Damasco dominados por rebeldes. O ministro sírio da Informação, Omran Zoabi, disse que as acusações são "ilógicas e fabricadas".

Inspetores da ONU em Damasco fazem nesta quarta-feira sua segunda visita investigativa aos subúrbios supostamente atacados. Mesmo antes da conclusão do inquérito, no entanto, os EUA e seus aliados se preparam para uma possível ação militar que puna o presidente Bashar al-Assad.

Armas não-convencionais já foram usadas anteriormente no Oriente Médio. Na década de 1980, o ditador iraquiano Saddam Hussein costumava empregar gás mostarda e outros agentes nervosos contra opositores, o que incluiu um ataque que matou 5 mil curdos em 1988.

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O Irã, aliado da Síria, é acusado pelo Ocidente de tentar desenvolver armas nucleares, apesar de insistir no caráter pacífico das suas atividades. Já Israel é amplamente visto como dono do único arsenal nuclear do Oriente Médio - algo que o país não confirma nem desmente.

A Síria é um dos sete países que não aderiram à Convenção de Armas Químicas, de 1997, que obriga seus participantes a destruírem seus arsenais. Em julho de 2012, Damasco admitiu pela primeira vez que possuía esse tipo de arma.

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