ONU alerta que deslocados sofrem com inundações em Gaza enquanto materiais de emergência são bloqueados

12 dez 2025 - 08h37

Centenas de milhares de moradores de Gaza deslocados enfrentam inundações em suas barracas e abrigos devido às fortes chuvas, e os materiais para abrigos e sacos de areia não estão sendo autorizados a entrar no enclave, disse a Organização Internacional para as Migrações (OIM), da ONU, nesta sexta-feira.

Chuvas torrenciais varreram a Faixa de Gaza na quinta-feira, inundando centenas de barracas que abrigam famílias deslocadas pela guerra de dois anos e causou a morte de uma menina por exposição, disseram autoridades de saúde locais.

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Cerca de 795.000 pessoas deslocadas estão com alto risco de inundações potencialmente perigosas em áreas baixas e cheias de escombros, onde as famílias estão vivendo em abrigos inseguros, disse a OIM. A drenagem e o gerenciamento de resíduos insuficientes também aumentaram o risco de surtos de doenças, acrescentou a agência da ONU.

Os materiais para ajudar a reforçar os abrigos, como madeira e compensado, bem como sacos de areia e bombas d'água para ajudar nas inundações, têm tido a entrada atrasada em Gaza devido a restrições de acesso, disse a OIM.

Israel afirma que está cumprindo suas obrigações e acusa as agências de ineficiência e de não conseguirem impedir o roubo pelo Hamas, o que o grupo nega. O Cogat, braço militar israelense que supervisiona as questões humanitárias, não estava imediatamente disponível para comentar.

Os suprimentos já enviados para Gaza, incluindo barracas à prova d'água, cobertores térmicos e lonas, não conseguiram resistir à inundação, acrescentou a OIM.

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"Depois que essa tempestade atingiu a região ontem, as famílias estão tentando proteger seus filhos com o que têm", disse a diretora-geral da OIM, Amy Pope.

Um cessar-fogo tem sido amplamente mantido desde outubro, mas a guerra destruiu grande parte da infraestrutura de Gaza, e as condições de vida são terríveis. A ONU e as autoridades palestinas disseram que pelo menos 300.000 novas barracas são urgentemente necessárias para os cerca de 1,5 milhão de pessoas ainda deslocadas.

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