O que se sabe de ataque de Israel a campo de refugiados em Rafah, que deixou mortos e feridos

O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, afirma que dezenas de pessoas foram mortas em um acampamento de refugiados.

27 mai 2024 - 05h02
(atualizado às 07h27)
A destruição do ataque na noite de domingo se tornou aparente na manhã seguinte
A destruição do ataque na noite de domingo se tornou aparente na manhã seguinte
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Dezenas de pessoas foram mortas ou ficaram feridas na explosão que atingiu no domingo (26/5) um campo de refugiados na região de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, informou o Ministério da Saúde do território palestino, administrado pelo Hamas.

Vídeos do incidente mostram uma grande explosão e fortes chamas consumindo o local.

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As Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram que tinham como alvo dois alto líderes do Hamas em um dos complexos do grupo, e que analisariam os relatos de que o fogo se espalhou para abrigos, ferindo civis.

O ataque ocorreu horas depois de o Hamas ter disparado oito foguetes a partir de Rafah em direção a Tel Aviv — os primeiros ataques de longo alcance à cidade israelense desde janeiro.

Em comunicado divulgado após a explosão em Gaza na noite de domingo, as FDI disseram que "eliminaram" duas figuras importantes do Hamas — Yassin Rabia e Khaled Nagar — em um ataque aéreo "preciso" "no noroeste de Rafah".

As FDI acrescentaram que haviam mirado nos militantes do Hamas com armas de precisão.

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As autoridades do Hamas afirmaram, por sua vez, que 35 pessoas haviam sido mortas e dezenas ficaram feridas em um acampamento para palestinos desalojados a noroeste de Rafah, longe das recentes operações militares, em uma zona humanitária designada como segura.

Eles disseram que mulheres e crianças estão entre os mortos.

As FDI disseram que tinham como alvo figuras importantes do Hamas, mas analisariam os relatos de vítimas civis
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O número de mortos provavelmente vai aumentar à medida que as operações de busca e resgate avançam no bairro de Tal al-Sultan, em Rafah, a cerca de 2 km a noroeste do centro da cidade, informou um porta-voz da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino citado pela agência de notícias Associated Press.

Uma testemunha contou à agência de notícias Reuters que todo o bairro de Tal Al-Sultan havia sido "queimado".

Outra testemunha, Fadi Dukhan, disse que estava sentado à porta de uma casa quando ouviu uma explosão.

"De repente ouvimos o som de um míssil", afirmou ele à Reuters.

"Corremos e encontramos a rua coberta de fumaça. Não vimos nada."

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Ao entrar em uma casa, ele acrescentou, não havia ninguém lá dentro, mas depois ele encontrou "uma menina e um rapaz que tinham sido cortados em pedaços".

O fogo se espalhou no domingo em uma área destinada a palestinos desalojados na região de Rafah
Foto: Reuters / BBC News Brasil

No início de domingo, sirenes de ataque aéreo soaram na região de Tel Aviv, quando o centro de Israel foi atacado por foguetes do Hamas, disparados a partir de Rafah.

Os oito foguetes foram interceptados por sistemas de defesa aérea ou caíram em campos.

Israel prosseguiu com a ofensiva militar em Rafah, apesar de a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ter determinado na sexta-feira que o país interrompa os ataques.

O disparo de foguetes destaca a ameaça que o Hamas ainda representa para a população em Israel, embora não tenha havido relatos de feridos.

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Ilustra também os desafios que o Exército israelense enfrenta à medida que avança no sul de Gaza para expulsar o Hamas daquilo que chama de seu "último grande reduto".

Israelenses se protegendo durante disparos de foguetes perto de Herzliya no domingo
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O braço militar do Hamas disse ter agido em resposta ao "massacre de civis".

O ataque com foguetes ocorreu às vésperas de novas negociações de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que devem ser retomadas na próxima semana.

Israel iniciou a tão anunciada ofensiva em Rafah há cerca de três semanas, prometendo destruir os batalhões restantes do Hamas.

Acredita-se que reféns israelenses também estejam sendo mantidos na cidade.

Mais de 800 mil palestinos fugiram de Rafah desde o início da ofensiva, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

Cerca de 1,5 milhão de pessoas haviam se refugiado lá dos combates  em outras partes de Gaza.

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A campanha militar de Israel em Gaza começou depois que homens armados liderados pelo Hamas atacaram Israel em 7 de outubro, matando cerca de 1,2 mil pessoas e levando outras 252 para Gaza como reféns.

Quase 36 mil palestinos foram mortos na guerra desde então, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas.

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