Microsoft diz que operações da Rússia para influenciar eleições dos EUA começaram

17 abr 2024 - 15h49
(atualizado às 15h52)

A Microsoft afirmou nesta quarta-feira que campanhas russas online para influenciar a próxima eleição presidencial dos EUA entraram em ação nos últimos 45 dias, mas em um ritmo mais lento que em pleitos anteriores.

Contas associadas à Rússia estão disseminando conteúdo divisivo voltado ao público norte-americano, incluindo críticas ao apoio dos EUA à Ucrânia em sua guerra contra a Rússia, segundo um relatório de pesquisadores da gigante de tecnologia.

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A embaixada russa em Washington não respondeu ao pedido por comentários, mas o Kremlin disse no mês passado que não se intrometeria nas eleições dos EUA em novembro. Também rechaçou alegações norte-americanas de que orquestrou campanhas para influenciar as eleições presidenciais de 2016 e 2020 naquele país.

Embora a atividade russa observada pela Microsoft não seja tão intensa quanto nas eleições anteriores, ela pode se intensificar nos próximos meses, de acordo com os pesquisadores.

"Mensagens relacionadas à Ucrânia -- pela imprensa tradicional e pelas redes sociais -- ganharam embalo nos últimos dois meses, com uma mistura de campanhas secretas e abertas de pelo menos 70 conjuntos de atividades afiliados à Rússia que rastreamos", disse a Microsoft.

A mais prolífica dessas campanhas é associada à Administração Presidencial da Rússia, acrescentaram. Outra tem o objetivo de publicar desinformação online em várias línguas, com publicações que tipicamente começam com um delator ou um jornalista amador publicando conteúdo em um canal de vídeo. Esse conteúdo, então, é coberto por uma rede de sites como DC Weekly, Miami Chronical e The Intel Drop.

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"Por fim, depois da narrativa circular online por vários dias ou semanas, o público dos EUA repetiu e republicou essa desinformação, provavelmente sem estar ciente de qual foi a fonte original", disse a Microsoft.

Um "notável aumento" de hacking foi observado em um grupo russo que a Microsoft chama de Star Blizzard, ou Cold River, que se concentra em think tanks ocidentais, disse a empresa.

"O atual foco do Star Blizzard em figuras políticas dos EUA e círculos de políticas pode ser a primeira de uma série de campanhas de hacking destinadas a impulsionar os resultados do Kremlin em novembro."

O uso malicioso de inteligência artificial por rivais estrangeiros contra as eleições dos EUA é uma preocupação fundamental citada pelos observadores políticos norte-americanos, mas a Microsoft afirmou que descobriu que falsificações digitais mais simples foram mais comuns do que os chamados deepfakes. Manipulações de áudio têm um impacto maior do que de vídeo, acrescentou.

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"Raramente o uso de conteúdo de IA generativa por Estados-nação tiveram grande alcance nas redes sociais e apenas em alguns casos nós vimos qualquer engano genuíno do público com esse tipo de conteúdo", disseram os pesquisadores.

"As manipulações mais simples, não o uso mais complexo de IA, provavelmente serão as peças de conteúdo que terão o maior impacto."

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