O chanceler alemão, Friedrich Merz, e o presidente francês, Emmanuel Macron, reafirmaram durante reunião em Toulon, sul da França, nesta sexta-feira (29), o compromisso com a Ucrânia e alertaram para a possibilidade de a guerra se estender por "muitos meses ainda". Merz declarou que "não tem ilusões" sobre uma solução rápida e garantiu: "Não abandonaremos a Ucrânia". França e Alemanha também prometeram reforço para a defesa antiaérea ucraniana.
Merz e Macron falaram com a imprensa após uma reunião do gabinete franco-alemão e do Conselho Franco-Alemão de Defesa e Segurança (CFADS).
O líder alemão criticou a postura do Kremlin diante da iniciativa do presidente americano, Donald Trump, de organizar um encontro entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. Segundo ele, Putin impôs "pré-condições inaceitáveis" e "não está disposto a se reunir com Zelensky".
O presidente francês reforçou a crítica, lembrando que Putin havia se comprometido com Trump a realizar a reunião até segunda-feira. "Se não acontecer, será mais uma vez uma demonstração de que Putin enganou o presidente Trump — e isso não pode ficar sem resposta", disse.
Durante o encontro em Toulon, Paris e Berlim anunciaram que continuarão pressionando por sanções adicionais contra Moscou. Macron defendeu medidas econômicas mais duras, inclusive por parte dos EUA, para forçar a Rússia a retomar o diálogo. Merz sugeriu novas tarifas sobre países cujos recursos energéticos financiam a máquina de guerra russa.
Reforço para a defesa ucraniana
Ambos os líderes destacaram a importância de manter a "coalizão dos dispostos" unida. Uma nova reunião da aliança — formada por 30 países que oferecem garantias de segurança à Ucrânia — está prevista para a próxima semana. Em resposta aos recentes ataques russos, França e Alemanha também prometeram reforçar a defesa antiaérea ucraniana.
Macron voltou a criticar Putin, rejeitando acusações de Moscou de que teria sido "grosseiro" ao chamá-lo de "ogre". "Não é um insulto, é uma constatação: trata-se de um líder que optou por uma deriva autoritária e imperialista", afirmou.
(com AFP)