O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá visitar a China a convite do presidente Xi Jinping entre os dias 26 e 31 de março. Esta será a primeira visita do representante brasileiro ao país asiático desde o início de seu terceiro mandato.
"Convidado pelo presidente chinês, Xi Jinping, o presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fará uma visita de Estado à China de 26 a 31 de março", confirmou, por meio de um comunicado, o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Hua Chunying.
A expectativa do governo brasileiro era de fechar pelo menos 30 acordos em diversas áreas, mas os chineses pediram a diminuição do número de pautas a serem tratadas. A reunião, portanto, deve tratar de 15 a 20 acordos, tendo como prioridade aqueles ligados à agricultura, ciência e tecnologia e semicondutores. Os temas ligados ao esporte e cultura devem ser excluídos da reunião entre os representantes.
O porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, declarou que a visita "vai marcar o início de uma nova era e um novo futuro para as relações entre China e Brasil, a nível de chefes de Estado". O intuito será "promover a associação estratégica integral entre China e Brasil a um novo nível e haverá novas contribuições para a promoção da estabilidade e da prosperidade regional e global", completou.
A visita de Lula à China faz parte de um esforço anteriormente anunciado de romper com o isolamento diplomático entre o Brasil e o país asiático construído durante o governo de Jair Bolsonaro. Desde seu discurso de posse, o presidente ressalta o interesse em estabelecer novos laços com os Estados Unidos, Europa e China.
Os compromissos do presidente brasileiro incluirão visitas em Pequim e Xangai, esta última é a sede do NDB, o banco dos Brics, que deve passar a ser chefiado por Dilma Rousseff. O encontro de Lula com o presidente da China está marcado para o dia 28 de março.
Pautas em vista
A China é o maior parceiro comercial do Brasil, especialmente no que diz respeito à exportação de produtos agrícolas. No ano passado, as trocas comerciais atingiram o valor de US$ 152 bilhões (equivalente a R$ 803 bilhões). Em comparação com os Estados Unidos, o valor é bem mais expressivo, considerando que o comércio entre o Brasil e o país norte-americano atingiu pouco mais da metade do montante (cerca de US$ 88,8 bilhões, equivalente a R$ 469 bilhões).
Quanto à ciência e tecnologia, o portal Poder360 adiantou que ao menos 4 acordos estarão em vista, incluindo a cooperação para o lançamento de satélites, os avanços em relação à conexão 5G e outras áreas que podem se beneficiar do compartilhamento de informações entre os dois países.
No que diz respeito aos semicondutores, a intenção do encontro é que o Centro Nacional de Tecnologia Avançada (Ceitec) seja qualificado para produzir chips destinados ao monitoramento de gado.