Lula diz que propôs a Trump começar combate ao narcotráfico 'pegando os brasileiros que estão aí'

Presidente defendeu a prisão de líderes do crime organizado que moram no território americano. Lula também afirmou ser necessário usar a inteligência ao invés de armas

3 dez 2025 - 11h14
Resumo
Lula propôs a Trump cooperação no combate ao narcotráfico com foco na prisão de brasileiros ligados a facções nos EUA, destacando o uso de inteligência em vez de armas, e discutiu a redução de tarifas comerciais.
Lula afirmou que vai responder a Trump com a Lei de Reciprocidade Econômica
Lula afirmou que vai responder a Trump com a Lei de Reciprocidade Econômica
Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu detalhes da conversa telefônica que teve com o presidente americano Donald Trump. A Ligação ocorreu na terça-feira, 2, e durou cerca de 40 minutos.

Lula disse que defendeu o combate ao crime organizado, às facções com uso da inteligência e não de armas. Ele também propôs começar o trabalho conjunto pela prisão dos brasileiros líderes de facção que residem nos EUA.

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"Nós não podemos permitir que traficantes, vendedores de armas, que vendedores como por exemplo: nós temos o maior traficante de combustíveis do Brasil que mora em Miami. Eu fiz questão de dizer para o presidente Trump: vamos combater o narcotráfico, vamos começar pegando os brasileiros que estão aí. Só o cidadão de Manguinhos deve ao Estado brasileiro mais de $6 bilhões", afirmou o presidente brasileiro em entrevista à TV Verdes Mares, filiada da TV Globo no Ceará.

"Eu disse ao presidente Trump: a gente não precisa usar arma. Nós temos que usar a inteligência."

Lula liga para Trump, pede maior redução de tarifas e reforça cooperação contra o crime organizado
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Revogação de tarifas

Lula ligou para Trump quando estava na refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca, no interior de Pernambuco. Apesar de elogiar a retirada da sobretaxa de 40% imposta pelos EUA a produtos brasileiros como café, carnes e frutas, o presidente pediu ao americano que acelerasse as negociações para reduzir as tarifas de 22% dos itens exportados pelo Brasil que ainda enfrentam esse problema. Sobre o assunto, Lula disse estar convicto de receber boas notícias em breve.

Durante a entrevista à TV Verdes Mares, Lula também afirmou que fora dos holofotes, Trump "é outra pessoa".

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"Eu posso dizer que, toda vez que eu converso com o Trump, eu me surpreendo. Porque, muitas vezes, você vê o Trump na televisão, muito nervoso. Na conversa pessoal, ele é outra pessoa. Eu fiz questão de dizer para ele, temos dois Trump: o da televisão, e o da conversa pessoal".

'Boa conversa', diz Trump

Na terça, após a ligação, em evento da Casa Branca para anunciar doação da Dell ao Trump Accounts, Trump foi questionado por jornalistas sobre o contato do presidente brasileiro. Ele afirmou que uma "boa conversa" com o presidente do Brasil e elogiou Lula. "Eu gosto dele".

"Tivemos uma boa conversa. Falamos mais sobre o comércio e sanções econômicas contra o Brasil. Mas, sabem, gosto dele", disse, sem acrescentar detalhes.

Foi a terceira vez que os mandatários conversaram desde as sanções impostas pelos EUA ao Brasil.

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