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Harry: o príncipe 'festeiro' que decidiu trilhar seu próprio caminho

Do luto pela morte da mãe até tornar-se pai, o duque de Sussex sempre teve de lidar com a grande atenção da mídia.

20 jan 2020 - 09h12
(atualizado às 11h18)
Prince Harry in April 2019
Prince Harry in April 2019
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O duque de Sussex cresceu sob o foco da mídia — de um jovem da realeza lidando com a morte da mãe, até seus anos de adolescência e festas e a sua carreira militar.

Desde então, Harry tem seguido os passos de sua mãe, participando de projetos filantrópicos pelo mundo. Ele se casou, e tornou-se pai.

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Agora, ele e Meghan Markle, a duquesa de Sussex, começarão um novo capítulo: deixar para trás seus deveres reais, títulos de realeza e recursos públicos e, espera-se, passar a maior parte de seu tempo no Canadá.

Harry sempre tentou balancear sua vida pública e privada. Muitas vezes, a publicidade que vem com o fato de ele ser o sexto na linha para o trono — antes dele estão seu pai, Charles, o irmão, William, e seus sobrinhos George, Charlotte e Louis, o ajudou a angariar apoio para seus empreendimentos filantrópicos. Mas também houve momentos em que a atenção se tornou excessiva, e ele brigou firmemente pela privacidade de sua família.

Primeiros anos

O Príncipe Harry nasceu em 1984, o segundo filho do príncipe e da princesa da Wales
Foto: PA Media / BBC News Brasil

Nascido no hospital St Mary, em Paddington, no dia 15 de setembro de 1984, o príncipe foi batizado Henry Charles Albert David pelo Arcebispo de Canterbury em dezembro daquele mesmo ano, na capela de St George, em Windsor.

Mas foi anunciado desde o início de sua vida que ele seria conhecido como Harry.

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Embora tenha sido batizado Henry, ele sempre foi conhecido como Harry
Foto: Reuters / BBC News Brasil
Harry com a mãe e o irmão em uma viagem a Thorpe Park em 1993
Foto: PA / BBC News Brasil

A infância do príncipe terminou precocemente quando a mãe dele morreu, em 1997.

A princesa Diana morreu em um acidente de carro em Paris, aos 36 anos, quando o automóvel em que ela estava acelerou em um túnel enquanto era perseguido por fotógrafos paparazzi.

A morte dela abalou fãs da família real em todo o mundo, mas foram Harry e William, de 12 e 15 anos de idade, respectivamente, que tiveram suas vidas mudadas para sempre a partir dali.

No funeral, as cenas dos meninos caminhando atrás do carro fúnebre até o velório na Westminster Abbey continuam algumas das mais assistidas nos programas da BBC.

Príncipe Harry ficou ao lado do pai, príncipe Charles, e do irmão mais velho, príncipe William, enquanto viam o carro fúnebre carregar o caixão de Diana
Foto: BBC News Brasil

"Eu posso seguramente dizer que perder minha mãe aos 12 anos, e depois bloquear minhas emoções pelos últimos 20 anos, teve um efeito bem sério não só na minha vida pessoal, mas também no meu trabalho", ele disse em entrevista ao Daily Telegraph em 2017.

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Ele acrescentou: "Eu provavelmente estive bem perto de um completo colapso em diversas ocasiões, quando todos os tipos de pesar, todos os tipos de mentiras, equívocos e tudo o mais vai chegando para você de todos os ângulos".

O príncipe seguiu a trajetória educacional de seu irmão William, na escola Wetherby em Notting Hill, antes de entrar para a Eton, em 1998.

Harry, aos 5, em seu primeiro dia de aula na Wetherby School, Notting Hill
Foto: PA / BBC News Brasil
Prince Harry vendo seu irmão assinar o livro de entrada no Eton College, em 1995 - ele seguiria seus passos três anos depois.
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Depois de concluir seu tempo no tradicional Eton com excelência, Harry decidiu tirar um ano de intervalo.

Ele trabalhou em uma fazenda de ovelhas na Austrália e com órfãos soropositivos no Lesoto, iniciando o o caminho para a filantropia que ele, mais tarde, iria organizar lá.

Vida sob os holofotes

Prince Charles levava os filhos em férias anuais para a Suíça
Foto: Press Association / BBC News Brasil

A atenção da imprensa foi uma constante em toda a vida de Harry. A primeira página de uma edição do extinto News of the World anunciava: "O vexame de Harry com as drogas", e argumentava que o príncipe Charles havia mandado o filho para uma clínica de reabilitação como forma de puni-lo por fumar maconha.

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O Palácio de St. James confirmou que o então jovem de 17 anos havia experimentado maconha em diversas ocasiões, mas que o uso não era "regular".

Em outubro de 2004, houve uma briga com um fotógrafo na frente de uma boate.

Um porta-voz oficial disse, à época, que o príncipe de 20 anos foi atingido no rosto por uma câmera quando "os fotógrafos se amontoaram ao redor dele".

Como parte de seu sabático, Harry passou um tempo em um orfanato no Lesoto
Foto: Clarence House via Getty Images / BBC News Brasil

Quando Harry empurrou a câmera, "entende-se que o lábio de um fotógrafo foi cortado", acrescentou o porta-voz.

No ano seguinte, uma foto do príncipe vestido de nazista em uma festa de gala causou indignação geral.

A Clarence House divulgou comunicado, mais tarde, afirmando que o príncipe pedia desculpas por qualquer "ofensa ou constrangimento" causados e que ele reconhecia que foi uma péssima escolha de fantasia.

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E em 2009, apareceu um vídeo em que Harry usa linguagem ofensiva para descrever um asiático membro de seu pelotão do Exército. Ele chamava o colega de "paqui", termo pejorativo e ultrapassado usado para se referir a paquistaneses e pessoas de pele mais escura.

De novo, o palácio de St James veio a público dizer que o príncipe "sentia muitíssimo por qualquer ofensa que suas palavras tenham causado", mas disse que ele tinha usado o termo sem nenhuma malícia, e que era um apelido de um membro muito popular do pelotão.

Harry pôde se aproveitar, por outro lado, de uma cobertura mais leve da imprensa durante os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, evento do qual ele era embaixador.

O príncipe foi um dos embaixadores da Olimpíada nos jogos de Londres em 2012
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

No mesmo ano, ele passou muito tempo em frente às câmeras para o Jubileu da Rainha. Como parte das celebrações, ele completou seu primeiro tour solo, com visitas a Belize, às Bahamas, ao Brasil e à Jamaica.

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Entretanto, naquele agosto, surgiram fotos do príncipe e de uma jovem nua em um quarto de hotel em Las Vegas.

As duas fotos, publicadas pelo site de fofocas TMZ e depois no tabloide The Sun, foram tiradas em férias privadas com amigos, e o site dizia que a nudez era parte de um jogo do grupo.

Ele disse, mais tarde, que cometeu um deslize, mas acrescentou: "Eu estava em uma área privada e deveria haver um mínimo de privacidade".

Mas, apesar das escaramuças, ele teve a sorte de ser o irmão mais novo do esperado futuro rei — e, por isso, tem menos responsabilidades.

Como a irmã da rainha, a princesa Margaret, e os irmãos mais novos do príncipe Charles, Harry é uma espécie de "reserva" — e muito distante do trono.

Por isso, as indiscrições de Harry foram insuficientes para afetar a opinião pública sobre ele.

E talvez seja por isso que ele teve uma existência mais livre; as preocupações com a segurança teriam tornado o serviço militar no Afeganistão impossível para o irmão mais velho de Harry, por exemplo.

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Exército e caridade

Harry serviu no Afeganistão como piloto de um helicóptero Apache
Foto: PA / BBC News Brasil

Harry passou dez anos nas forças armadas britânicas, tornando-se o primeiro membro da realeza em mais de 25 anos a servir em uma zona de guerra.

Ao contrário do avô, Philip, e do pai, Charles, que serviram à Marinha, Harry optou pelo Exército.

Ele saiu desapontado em 2007, quando comandantes do Exército decidiram não enviá-lo ao Iraque devido a "riscos inaceitáveis"; em 2009, entretanto, ele passou dez semanas servindo no Afeganistão.

Harry voltou ao país no Oriente Médio como piloto de helicóptero Apache de setembro de 2012 a janeiro de 2013, antes de chegar a comandante de Apache, em julho de 2013.

Ele mais tarde descreveu como havia atirado contra insurgentes do Talebã, e disse que estar no Afeganistão era o "mais normal a que poderia chegar".

O príncipe Harry disse que abandonar o Exército foi uma decisão muito difícil
Foto: PA / BBC News Brasil

Em 2015, quando anunciou que deixaria o Exército, o príncipe disse que seu tempo entre os militares "ficaria comigo para o resto da minha vida".

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Isso se refletiu em seu trabalho de caridade, que na maior parte do tempo se concentra em programas de saúde mental e serviço de ajuda a veteranos.

Seu empenho maior está na presidência dos Jogos Invictus, uma competição internacional de estilo paraolímpico para veteranos militares mutilados.

Ele lançou o evento esportivo em Londres em março de 2014. A segunda edição, em maio de 2016, foi realizada em Orlando, nos EUA, e a terceira, em setembro de 2017, em Toronto.

Foi nos Jogos de 2017 que Harry e Meghan Markle fizeram a primeira aparição pública. Eles foram fotografados de mãos dadas, alimentando especulações sobre seu relacionamento.

O príncipe tem sido a força por trás dos Invictus Games
Foto: Chris Jackson/Getty Images / BBC News Brasil

Ele também trabalha pela instituição Walking With the Wounded (Caminhando com os Feridos), para veteranos, e defende causas que sua mãe costumava encampar, como a de acabar com as minas terrestres e ajudar crianças afetadas pelo HIV.

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On his visit to Angola in September, Harry said landmines are "an unhealed scar of war"
Foto: Reuters / BBC News Brasil
Harry e seu irmão William trabalharam juntos em muitas ações de caridade
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Diana atraiu atenção global quando andou por um campo com minas ainda ativas em Angola, em 1997.

Ela morreu em Paris aquele ano, antes de conhecer o impacto daquela visita — como a assinatura de um tratado internacional para proibir tais armas. Harry conseguiu destacar o papel de sua mãe nessa conquista quando seguiu seus passos em Angola, em setembro de 2019.

Combatendo o estigma

Harry e o duque e a duquesa de Cambridge apoiaram corredores do Heads Together durante a maratona de Londres em 2017
Foto: The Royal Foundation/PA Wire / BBC News Brasil

Nos anos recentes, Harry fez terapia para ajudá-lo a lidar com o pesar pela morte da mãe. Ele foi padrinho de casamento de seu irmão William em abril de 2011, e desde então falou várias vezes sobre como foi difícil lidar com a morte de sua mãe.

Em uma cândida entrevista ao Daily Telegraph, ele descreveu um bloqueio de todas as suas emoções por quase 20 anos, e disse que se recusava a pensar em sua mãe.

Isso, disse ele, causou um sério efeito em sua vida pessoal e seu trabalho, e o levou perto de um colapso em diversas ocasiões.

Ele também disse que provavelmente se arrependeria para o resto da vida sobre quão breve foi o último telefonema dele com a mãe, e falou do estilo "divertido" de maternidade de Diana.

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Harry, William e Kate Middleton, a duquesa de Cambridge, uniram forças para focar em campanhas de incentivo à saúde mental.

Eles fundaram a Heads Together, que tem por objetivo combater o estigma e levantar fundos para novas formas de apoio.

'Linda surpresa'

Prince Harry e Meghan Markle foram fotografados juntos pela primeira vez no Invictus Games em 2017
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Como um dos mais cobiçados solteiros do mundo, a vida amorosa de Harry sempre atraiu muito interesse ao longo dos anos.

No fim de 2016, ele confirmou que estava namorando a atriz americana Meghan Markle, ao mesmo tempo em que divulgava uma declaração acusando jornalistas de assediá-la.

Ele descreveu "batalhas legais para manter histórias difamatórias fora dos jornais", tentativas de repórteres e fotógrafos de entrar na casa dela e o bombardeio de quase todo amigo e pessoas próximas na vida dela.

O casal se conheceu em um encontro às cegas organizado por uma amiga em comum. Depois de apenas dois encontros eles viajaram juntos de férias para Botswana.

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Em setembro de 2017, um ano antes do casamento, Meghan contou à revista Vanity Fair que ela e Harry eram "duas pessoas que estão muito felizes e apaixonadas".

E em uma entrevista naquele novembro, quando o noivado foi anunciado, Harry admitiu que nunca tinha ouvido falar de Meghan antes de ter sido apresentado a ela, e que foi "lindamente surpreendido".

Ele desenhou o anel de noivado para Meghan, incluindo dois diamantes da coleção de joias da mãe dele. Eles se casaram em maio de 2018 na capela de St George e, consequentemente, se tornaram o duque e a duquesa de Sussex.

The Duke and Duchess of Sussex on their wedding day
Foto: PA / BBC News Brasil
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