O estudante de Direito Bautista Guerrero, de 23 anos, uma das três pessoas que estavam no helicóptero com o ex-presidente do Chile Sebastián Piñera, deu detalhes sobre a tragédia para a imprensa chilena.
"Foi tudo muito rápido. Caímos na agua. E então eu consegui abrir a porta do helicóptero", disse Bautista durante o velório do ex-presidente nesta última sexta-feira, 9.
O jovem, filho do empresário Ignacio Guerrero, que também estava a bordo da aeronave, contou como foi os momentos que precederam o acidente.
"Devido à pouca visibilidade, demos meia-volta para ver melhor a costa e aí caímos na água. Eu abri a porta primeiro, depois tirei o cinto de segurança e, quando o helicóptero encheu, eu saí. Meus fones de ouvido se soltaram sozinhos", relembrou.
Conforme informações do jornal La Tercera, o helicóptero, um Robinson R44, permaneceu no ar por apenas 90 segundos antes de cair para o lado do piloto, ou seja, do ex-presidente. Uma das hélices teria tocado a água, causando a inclinação e a queda da aeronave.
De acordo com o jornal, Piñera havia instruído previamente o grupo sobre os procedimentos a serem seguidos em caso de emergência com as portas, caso a aeronave caísse no lago. Guerrero afirmou que todos estavam utilizando os fones de ouvido necessários para o voo.
"A última coisa que ouvi foi que [o ex-presidente] mudaria de rumo. Depois, ele pode ter dito outra coisa, mas não ouvi mais nada. Foi tudo muito rápido. A água era escura e profunda", completou.
Os fatos narrados por Guerrero vai de encontro com a versão anterior apresentada pela irmã de Piñera, Magdalena, também passageira do helicóptero. Ela relatou que, ao perceber a gravidade da situação, o ex-presidente, que pilotava a aeronave, instruiu-os a saltar primeiro, prometendo ir em seguida. No entanto, aparentemente, nenhum deles conseguiu deixar a aeronave antes que ela caísse na água.
