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Veja como é a cabine de um A320, o avião que caiu na França

Apesar de existir um interruptor externo que abre a porta automaticamente, quem estiver na cabine desse modelo de avião pode bloquear a passagem e impedir que qualquer outra pessoa entre

26 mar 2015 - 12h17
(atualizado às 13h23)
Destroços do avião são vistos nos Alpes franceses, em um lugar de difícil acesso
Destroços do avião são vistos nos Alpes franceses, em um lugar de difícil acesso
Foto: Daily Mail/EPA / Reprodução

A cabine ou "cockpit" do Airbus A320 acidentado nos Alpes franceses é inacessível em caso de bloqueio interno de seus códigos, como aparentemente fez o copiloto responsável pela queda do avião da Germanwings contra os Alpes franceses, segundo revelaram nesta quinta-feira (26) os investigadores.

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Após os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, nos quais vários terroristas suicidas conseguiram tomar o controle de quatro aviões que atingiram as Torres Gêmeas e o Pentágono, atualizaram os protocolos de segurança relativos à cabine.

A partir daqueles ataques, foram reforçadas as medidas de segurança para chegar à cabine desde onde são tomadas as decisões de voo, de modo que desde o interior é possível bloquear a porta.

"Antes tínhamos uma porta de cabine que era aberta desde fora e desde os atentados, os aviões estão equipados com portas de segurança", explicou um piloto aposentado com cerca 15 mil horas de voo e seis anos de experiência pilotando um Airbus A320, o modelo da companhia alemã Germanwings que caiu na terça-feira com 150 pessoas a bordo.

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Desde 11/9, para entrar na cabine é preciso fazer soar um alarme. O comandante ou o copiloto verificam com uma câmera instalada fora que "não há nada estranho e acionam um interruptor para abrir a porta", segundo a fonte.

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"Se forem feitas várias chamadas e na cabine não há resposta ao código de aviso, é possível introduzir um código de emergência e aos 30 segundos a porta se abre automaticamente. Mas na cabine é possível bloquear esse código" de modo que ninguém possa abrir a porta", acrescentou o comandante retirado.

O interruptor tem três posições (normal, bloqueada e desbloqueada) e o piloto e copiloto têm "controle absoluto" porque "não há uma abertura por controle remoto".

"O comandante e o copiloto, que dispõem de uma câmera na porta que enfoca quem está do lado de fora, são os que autorizam a entrada na cabine. Se estes bloqueiam a porta, ninguém desde fora do avião pode desbloqueá-la, nem o fabricante e nem a companhia aérea", confirmou um antigo engenheiro aeronáutico da Airbus.

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Os aviões de companhias aéreas comerciais estão equipados com um machado e com uma alavanca de um metro de comprimento, para responder a eventuais incidentes, mas ambas ferramentas viajam na cabine, um compartimento similar em todos os aparatos da Airbus.

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Segundo este engenheiro, a cabine é "similar à de um motorista de ônibus, mas com muitos mais botões", de modo que caibam duas pessoas separadas por um set de comandos.

"São todas muito parecidas -acrescentou-, iguais quase 99% para que quando uma companhia aérea forme um piloto no domínio de um A320, este também possa pilotar um A319 e um A321".

A comunicação com a torre de controle só é feita desde a cabine e, embora já haja aviões que estão incorporando internet com wifi para os passageiros, a 30 mil ou 35 mil pés de altura "não funcionam as comunicações com telefone celular", lembrou o comandante.

A legislação internacional estipula que os pilotos comerciais devem se submeter a um exame médico anual até os 60 anos e a cada seis meses dos 60 aos 65, idade máxima que podem trabalhar.

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"Inclui um exame geral de corpo, taquicardias, eletrocardiograma, análise de urina e de sangue, análise de consumo de drogas e, às vezes, uma entrevista com um psiquiatra", descreveu o ex-piloto.

O A320 é o avião bandeira do fabricante aeronáutico europeu Airbus, com sede em Toulouse (França), e atualmente são operados no mundo todo 6.191 dessas aeronaves bimotores e de um só corredor que, em seu modelo mais habitual, tem capacidade para 150 passageiros e autonomia para 3.300 milhas náuticas (6.150 quilômetros).

Com 11.537 pedidos no total e 6.452 aparatos entregues desde seu voo inaugural em 1987, o A320 é atualmente o segundo avião mais vendido do mundo, só superado pelo Boeing 737 americano.

O acidente

O avião Aibus A320 da companhia aérea Germanwings caiu nesta terça-feira (24) na região dos Alpes franceses, perto da cidade de Barcelonnette, a cerca de 100 quilômetros ao norte de Nice. A aeronave carregava 144 passageiros e seis tripulantes. Segundo o presidente francês François Hollande, não há possibilidade de sobreviventes.

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O voo 4U9525 saiu de Barcelona, Espanha, em direção à cidade alemã de Düsseldorf, e desapareceu após 46 minutos da decolagem, por volta das 11h locais, após emitir mensagem de socorro. Equipes de resgate foram encaminhadas ao local, de difícil acesso.

  
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