Promotoria sueca pretende interrogar Assange em Londres até julho

15 jun 2015 - 07h53

A promotoria da Suécia informou nesta sexta-feira que enviou uma solicitação ao Equador de permissão para interrogar o fundador do Wikileaks, Julian Assange, em sua embaixada em Londres neste mês ou em julho, na data "mais adequada" para as partes.

A promotora superior, Marianna Ny, pediu também assistência legal ao caso para as autoridades britânicas.

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Quando as permissões necessárias estiverem prontas e estipuladas as datas será a promotora adjunta do caso, Ingrid Isgren, que fará os interrogatórios com a ajuda de um policial.

Isgren não fará declarações enquanto estiver em Londres e não será informada nem a data dos interrogatórios nem seu resultado, devido à confidencialidade normal em uma investigação aberta, assinalou a promotoria.

Ny anunciou em março que aceitava que Assange, objeto de uma investigação preliminar na Suécia por supostos crimes sexuais cometidos em 2010, fosse interrogado em Londres e fosse realizado um teste de DNA diante da possibilidade de os delitos prescreverem.

A promotoria tinha rejeitado até então essa possibilidade, ao argumentar que as leis suecas exigem que o interrogado esteja no país durante a investigação preliminar deste tipo de crime.

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Os advogados do australiano iniciaram ano passado uma ofensiva nos tribunais suecos para pedir que fosse suspensa a ordem de prisão preventiva à revelia, determinada em 2010 por quatro supostos crimes sexuais, que Assange sempre negou.

Duas instâncias jurídicas rejeitaram a o pedido se amparando na gravidade dos fatos e no risco de Assange - refugiado na Embaixada do Equador há dois anos - pudesse se esquivar do processo legal e de uma hipotética condenação, embora também tenham criticado a passividade da promotoria.

O Supremo decidiu há um mês pela manutenção do pedido de prisão por não considerar que há motivo para suspendê-la e por ser uma medida "proporcional", mas elogiou a decisão da promotoria de viajar à Londres.

Assange é procurado por quatro supostos delitos contra duas mulheres quando visitou a Suécia em agosto de 2010, mas não foi acusado formalmente.

O processo esteve rodeado de polêmica sobre a solidez das denúncias e os motivos das litigantes, vazamentos à imprensa, substituições de promotores e a reabertura do caso que inicialmente tinha sido reduzido a um delito menor.

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Assange foi detido em Londres em dezembro de 2010 e então começou um longo processo judicial no Reino Unido, que culminou quando o Supremo britânico rejeitou seu recurso em junho de 2012.

O Equador concedeu então asilo político a Assange para evitar que fosse enviado aos EUA, onde poderia enfrentar um julgamento militar pelo vazamento de informação confidencial, divulgada no Wikileaks.

  
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