Oposição italiana convoca mobilização e reivindica novas eleições

11 dez 2016 - 14h17

Os partidos de oposição, como o populista Movimento Cinco Estrelas (M5S), a xenofóbica Liga Norte e o ultraconservadora Fratelli d'Itália, apelaram neste domingo à mobilização popular para pedir a convocação de eleições, após a nomeação de Paolo Gentiloni como primeiro-ministro da Itália.

Gentiloni recebeu hoje do presidente da República italiana, Sergio Mattarella, a incumbência de formar um novo governo após a renúncia de Matteo Renzi como primeiro-ministro, depois do fracasso no referendo sobre a reforma constitucional de 4 de dezembro.

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Após sua designação, os partidos da oposição criticaram o fato de que este será o quarto Executivo não eleito nas urnas nos últimos cinco anos: depois dos de Mario Monti (2011-2013), Enrico Letta (2013-2014) e Renzi (2014-2016).

"Gentiloni chega ao Palácio Chigi (sede do governo) do nada, como se a solicitação dos cidadãos de poder participar das eleições políticas não existisse. Gentiloni é a marionete de Renzi", disse hoje o vice-presidente da Câmara dos Deputados e membro do M5S, Luigi Di Maio.

Para Di Maio, "não muda nada até que não se dê a palavra aos cidadãos com o voto" e, por isso, não transferirão seu apoio ao novo Executivo.

"Lembremos que este é um governo ilegítimo, que se baseia na traição aos eleitores. Não falamos de colaboração, falamos de mobilização, de manifestar-se contra o governo de maneira pacífica", considerou.

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O líder da xenofóbica Liga Norte, Matteo Salvini, também condenou com dureza a formação deste novo governo e convocou os cidadãos a protestar em concentrações que marcou para os dias 17 e 18 de dezembro.

"Incrível. No domingo passado 32 milhões de italianos votaram para escolher sua constituição e a maioria rejeitou Renzi. Hoje o Partido Democrata (PD), Mattarella e (o ex-presidente, Giorgio) Napolitano inventam um quarto primeiro-ministro não eleito por ninguém", lamentou em uma mensagem no Facebook.

A presidente do ultraconservador Fratelli d'Itália, Giorgia Meloni, também mostrou sua oposição na mesma rede social.

"Se o PD pensa em chegar ao final da legislatura (2018) com o quarto governo consecutivo não eleito pelos eleitores, que saiba que nos encontrará em 22 de janeiro com todos os italianos que acreditam que a soberania pertence ao povo", ressaltou Meloni.

Gentiloni, ministro das Relações Exteriores no gabinete de Renzi, um homem de perfil discreto e muito próximo ao político florentino, será o encarregado de configurar o novo governo que deverá, entre outras coisas, implementar uma lei eleitoral que permita realizar eleições.

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Na Itália regem duas leis eleitorais distintas para a Câmara dos Deputados e para o Senado e, enquanto a que afeta esta última foi declarada inconstitucional em 2013, o Tribunal Constitucional prevê pronunciar-se sobre a outra no próximo dia 24 de janeiro.

  
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