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O ano em que Renzi encorajou as reformas apesar da crise de Roma

15 dez 2015 - 20h20

O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, completa seu segundo ano no governo com uma ambiciosa agenda de reformas que está conseguindo fazer sair do papel, mas não conseguiu evitar o escândalo da gestão da prefeitura de Roma.

Após aprovar no final do ano passado uma controversa reforma laboral, Renzi proclamou aos quatro ventos que 2015 foi o ano de uma recuperação que colocaria a "Itália em movimento", à vanguarda das economias globais.

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E o certo é que os números o acompanham: o desemprego rondava a casa de 11,8% em setembro, o nível mais baixo desde que chegou ao governo em 2013, e seu PIB conquistou cotas positivas após três anos e meio, apesar de ainda muito moderadas.

Por isso, Renzi anunciou um rebaixamento de impostos "sistemático, constante e 'surpreendente" por um valor de entre 27 bilhões e 30 bilhões de euros no orçamento de 2016.

Renzi revela estes dados macroeconômicos para justificar seu intenso programa reformista, criticado algumas vezes por sindicatos, oposição e uma minoria crítica de sua própria formação, o Partido Democrata (PD).

O ano começou com a prevista renúncia do presidente da República, Giorgio Napolitano, obrigado a aceitar um segundo mandato em 2013 porque o parlamento italiano foi incapaz de encontrar um substituto.

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Em uma de suas manobras políticas, o ex-prefeito de Florença alcançou em fevereiro o consenso entre os legisladores para nomear como novo primeiro-ministro Sergio Mattarella, jurista do Tribunal Constitucional.

Renzi concluiu uma questionada reforma educativa e uma das mais importantes de seu governo: a reforma da lei eleitoral, que tem como principal objetivo outorgar maior estabilidade ao governo de um país acostumado com os descalabros governamentais.

A norma se chama "Italicum" e entrará em vigor previsivelmente em meados de próximo ano somente para a Câmara dos Deputados, já que Renzi também impulsionou a reforma do Senado, canalizada mas ainda sem ter passado pelo trâmite parlamentar.

No plano legislativo, uma das questões que protagonizaram a crônica política é o reconhecimento dos casais homossexuais, já que a Itália é um dos poucos países europeus que carecem de legislação nesta matéria.

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Renzi, líder da centro-esquerda, governa em coalizão e seu principal aliado é a nova centro-direita, que se opõe abertamente a alguns aspectos do projeto legislativo sobre o casamento gay, como a adoção de crianças.

Trata-se de um assunto adiado até não poder mais, que recebeu milhares de emendas para bloquear sua tramitação parlamentar e que será uma das questões-chave de 2016.

Enquanto Renzi mantém firme o governo do país, neste ano um dos principais empecilhos que encontrou durante sua travessia se chama "Roma".

A capital foi palco de um sem-fim de escândalos, de clamorosas infiltrações mafiosas, greves e sérios problemas em suas infraestruturas e na limpeza urbana, incluindo uma invasão de roedores em seu centro histórico durante o verão.

Renzi orquestrou a queda do prefeito Ignazio Marino, de seu próprio partido, e acabou optando por adaptar a sempre caótica capital italiana ao modelo da exemplar Milão, que neste ano celebrou uma aplaudida Exposição Universal centrada na alimentação.

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Por isso, Renzi colocou no Campidoglio, sede do consistório capitolino, o comissário do governo em Milão, Francesco Paolo Tronca, que exercerá o papel de comissário até que sejam convocadas novas eleições a prefeito.

Em 2015 também destacou-se a luta contra o crime organizado, e foram realizadas várias detenções que dão amostra disso.

Uma das operações policiais mais importantes permitiu acabar com uma rede mafiosa na prefeitura romana, vigente aparentemente há anos e pela qual já começou um processo judicial no qual estão acusadas cerca de 50 pessoas.

Outra importante operação foi a executada em 3 de agosto e que representou a detenção de 11 pessoas que supostamente engrossam o círculo de colaboradores da máfia "Cosa Nostra", além de Matteo Messina Denaro, procurado há mais de 20 anos.

Já com relação ao plano comunitário, o primeiro-ministro da Itália não retrocedeu em seu empenho de conseguir um maior envolvimento comunitáriao na urgente crise de refugiados que afeta o litoral meridional do continente, sobretudo da Itália e da Grécia.

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A negociação foi considerada por Roma como um sucesso, já que os 28 países membros da UE acordaram um plano de distribuição de 160 mil refugiados que, embora de maneira lenta e dificultosa, já começou a ser aplicado com a saída dos primeiros refugiados da Itália para outros países da União Europeia.

  
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