Crimeia se declara independente e reitera desejo de união à Rússia

A resolução foi aprovada por 78 dos 100 deputados do Parlamento e será referendada em votação popular no próximo domingo

11 mar 2014 - 08h36
(atualizado às 09h55)

O Conselho Superior (Parlamento regional) da Crimeia aprovou uma declaração de independência da Ucrânia e reiterou seu desejo de se incorporar à Rússia.

A resolução, que entraria em vigor logo após ser aprovada, foi apoiada por 78 dos 100 deputados do Parlamento da rebelde região autônoma ucraniana, segundo revelou um porta-voz do legislativo para a agência russa RIA Novosti.

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"Crimeia, como um Estado independente, se dirigirá à Federação da Rússia depois do referendo (sobre a reunificação com esse país) para propor a integração à Rússia na qualidade de um sujeito federado", explicou o porta-voz.

O documento aprovada pelo Conselho Supremo da Crimeia faz referência ao precedente do Kosovo para justificar sua decisão unilateral.

A decisão, segundo o parlamento crimeano, levou "em consideração a confirmação do tribunal internacional da ONU em relação ao Kosovo, de 22 de julho de 2010, segundo a qual a declaração unilateral da independência de uma parte de um Estado não viola as normas do direito internacional".

A declaração diz que a independência da Crimeia deverá ser referendada na votação popular convocada para domingo, consulta declarada ilegal pelo governo central da Ucrânia.

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Os crimeanos foram convocados às urnas para responder duas perguntas: "Você é a favor da reunificação da Crimeia com a Rússia" e "Você é a favor que se volte a colocar em vigor a Constituição da Crimeia de 1992 e do status da Crimeia como parte da Ucrânia?".

O embaixador da Ucrânia nas Nações Unidas em Genebra, Yurii Klymenko, considerou "ilegítima" a declaração de independência da Crimeia, assim como as aturoridades que aprovaram o documento. "(...) Os líderes da Crimeia são ilegítimos, os legisladores são ilegítimos, e se o corpo legislativo é ilegítimo, as resoluções que eles tomam são, obviamente, ilegítimas", afirmou Klymenko em declarações à agência Efe.

A Crimeia, península banhada pelo Mar Negro, tem 2 milhões de habitantes, dois quais 60% são russos, 25% ucranianos e 12% tártaros.

  
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