Não demorou muito para a União Europeia jogar o primeiro balde de água fria sobre o novo primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, que deseja rever as políticas de austeridade implantadas no país por conta da crise. Nesta quinta-feira (29), o presidente da Comissão Europeia (o poder executivo da UE), Jean-Claude Juncker, garantiu que a dívida da nação com o bloco não será cancelada.
"Os outros países da zona do euro não aceitariam. Se a UE respeita o sufrágio universal, a Grécia deve respeitar os outros, as opiniões públicas e os parlamentares do resto da Europa", declarou o luxemburguês ao jornal francês Le Figaro.
O desejo de Tsipras é reduzir a dívida externa grega pela metade e congelar os outros 50%. Os recursos usados para o seu pagamento seriam empregados na recuperação da economia local, na criação de empregos e no fortalecimento de políticas sociais.
"Acordos são possíveis, mas não mudaremos o essencial daquilo que já foi feito", acrescentou Juncker, que ainda pediu para o primeiro-ministro enviar o mais rápido possível a sua lista de solicitações para Bruxelas.
Nesta quinta-feira, Tsipras se reuniu com o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, e reiterou a necessidade de corrigir os "erros da austeridade". "A Grécia tem um projeto de produtividade construtiva e de grandes reformas. Por quatro anos, o povo grego viveu cotidianamente a falência do programa de desvalorização interna. Em suma, pagou pelos erros dos outros", salientou o premier.