Casas noturnas na Alemanha proíbem entrada de refugiados

23 jan 2016 - 09h04
(atualizado às 13h22)
Foto: Reprodução

Uma série de casas noturnas de Freiburg, no sudoeste da Alemanha, decidiu proibir a entrada a refugiados como reação a uma série de supostos incidentes, incluído uma tentativa de estupro, segundo informações do jornal Badische Zeitung.

A publicação afirma que pelo menos seis estabelecimentos tomaram medidas nesse sentido, entre eles o White Rabbit, considerado liberal, que anunciou a decisão por e-mail.

Publicidade

"Decidimos por enquanto não permitir a entrada no White Rabbit de pessoas que têm status de peticionários de asilo. Não foi um passo fácil, mas não vimos outro caminho para enfrentar determinados problemas", diz o texto.

Entre os incidentes ocorridos, o jornal enumera roubos, assédio sexual e um ataque com faca a seguranças, além da já citada tentativa de estupro.

Outras casas noturnas permitem apenas a entrada de um número limitado de refugiados por noite ou só em noites específicas, e outras cogitam tomar medidas similares.

"Temos a pretensão política de ser uma casa aberta, mas não podemos permitir que as coisas continuem assim", disse ao jornal o administrador da Jazzhaus, Michael Musiol.

Publicidade

Harry Hochuli, chefe da polícia do norte de Freiburg, disse que, exceto por roubos e furtos, não foi registrada uma ascensão da criminalidade em casas noturnas. No entanto, ele também afirmou que muitas vezes os crimes sexuais não são denunciados à polícia.

Hochuli acrescentou, em declarações ao Badische Zeitung, que a polícia registrou um aumento dos grupos de homens que andam nas ruas à noite.

"Se a muitos é negada a entrada em casas noturnas, a agressividade aumenta e o problema vai para as ruas", disse o policial.

O gerente da Federação Alemã de Hotelaria e Gastronomia, Alexander Hangleiter, advertiu que, embora compreenda a situação dos donos de casas noturnas, a restrição da entrada aos refugiados implica um risco jurídico.

"Se uma casa for denunciada, terá que mostrar que não pratica discriminação", disse Hangleiter.

  
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações