Hillary diz que morte de Kadafi não garante fim do conflito

20 out 2011 - 13h20
(atualizado às 16h31)

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, ainda não confirmou a morte do ex-ditador líbio Muammar Kadafi, mas assegurou que sua possível captura "não garante o fim do conflito" na Líbia, em entrevista concedida à rede de televisão CBS em Cabul nesta quinta-feira.

Conheça a história do ex-ditador líbio Muammar Kadafi
Video Player

Hillary insistiu que a suposta morte do ex-ditador não significa o fim do conflito, pois ambos os lados, rebeldes e leais à Kadafi, distribuíram muitas armas entre a população líbia. No entanto, assegurou que, se confirmada a captura de Kadafi, isto seria um "claro avanço".

Publicidade

Segundo a secretária de Estado americana, se a morte de Kadafi for confirmada, será "para a Líbia uma oportunidade de avançar". "Se estas informações forem verdadeiras, creio que isto oferece à Líbia uma oportunidade de avançar para o futuro", declarou pouco depois de sua chegada a Islamabad, para se reunir com autoridades paquistanesas

O vice-presidente do Conselho Nacional Transitório, Abdelhafiz Ghoga, confirmou nesta quinta-feira em entrevista coletiva à televisão em Benghazi, no leste da Líbia, a morte do coronel Muammar Kadafi. "Kadafi morreu nas mãos dos rebeldes", disse Ghoga na entrevista coletiva.

Uma fonte do escritório de informação do Conselho Local de Misrata assegurou à agência Efe que Kadafi foi morto durante a tomada da cidade de Sirte pelos rebeldes de Misrata, uma das cidades que resistiu ao ataque das forças leais ao ex-ditador durante o conflito armado, que começou no dia 17 de fevereiro.

Insurreição líbia culmina com queda de Sirte e morte de Kadafi

Publicidade

Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.

A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque.

Dois meses depois, os rebeldes invadiram Beni Walid, um dos últimos bastiões de Kadafi. Em 20 de outubro, os rebeldes retomaram o controle de Sirte, cidade natal do coronel e foco derradeiro do antigo regime. Os apoiadores do CNT comemoravam a tomada da cidade quando os rebeldes anunciaram que, no confronto, Kadafi havia sido morto. Estima-se que mais de 20 mil pessoas tenham morrido desde o início da insurreição.

Com informações das agências AFP e EFE.

Fonte: Terra
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se