EUA: médicos querem acabar com lei que proíbe doação de sangue de gays

Associação Médica Americana (AMA) considera que a proibição é discriminatória e não se baseia em princípios científicos sólidos

21 jun 2013 - 18h25
(atualizado às 20h09)

Uma organização profissional que reúne mais de 800 mil médicos nos Estados Unidos fez um apelo pelo fim da proibição aos homossexuais que queiram doar sangue. A Associação Médica Americana (AMA) considera que a proibição "não se baseia em princípios científicos sólidos".

"A proibição de que os homens que mantêm relações sexuais com homens doem sangue é discriminatória e não se baseia em princípios científicos sólidos", disse William Kobler, membro do conselho diretor da AMA, reunida esta semana em sua conferência anual em Chicago (Illinois, norte).

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A AMA exige uma mudança das regras federais para garantir que a proibição de doar sangue se baseie no nível individual de risco dos potenciais doadores e não somente em sua orientação sexual, acrescentou.

Essa proibição de doar sangue a qualquer homem que tenha tido relações sexuais com outro homem desde 1977 entrou em vigor nos Estados Unidos em 1983, em resposta à explosão no número de pacientes com Aids.

A Cruz Vermelha americana, os centros de doação de sangue e a AABB (American Association of Blood Banks), uma associação profissional internacional de transfusão de sangue, já haviam feito um apelo nesse sentido em 2010. Essas organizações queriam que a proibição de doar sangue fosse substituída por uma carência de 12 meses entre uma relação sexual de dois homens e a doação.

Esse período evitaria a possibilidade de contágio de doadores que tivessem tido relações sexuais com pessoas infectadas com o vírus HIV, ou pacientes com hepatite B.

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A agência americana reguladora do setor de remédios e alimentos FDA (na sigla em inglês) indicou em sua página na internet que ainda está analisando o tema e que vai considerar uma mudança de política, se os novos enfoques para a seleção de doadores "puderem garantir que os beneficiários não têm um risco maior de infecção por HIV ou outras doenças transmissíveis de risco".

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