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5 perguntas que Senado dos EUA fará a ex-diretor do FBI, que pode complicar vida de Trump

James Comey será interrogado sobre sua demissão pelo presidente americano, no mês passado; evento deverá ser acompanhado com grande interesse no país - e pode ter consequências.

8 jun 2017 - 09h08
(atualizado às 10h16)
James Comey
James Comey
Foto: BBC News Brasil

Um mês após ter sido demitido pelo presidente Donald Trump, ex-diretor do FBI James Comey deve testemunhar perante um comitê do Senado americano nesta quinta-feira, no que está sendo visto como um evento histórico na política americana.

Washington provavelmente vai parar para assistir, e até bares abrirão mais cedo para exibir ao vivo o depoimento nas TVs.

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Será a primeira oportunidade para Comey explicar suas interações com Trump e as circunstâncias de sua demissão, que ocorreu em meio a investigações do FBI quanto aos supostos elos com a Rússia de pessoas próximas ao presidente.

Em sua declaração inicial - que foi tornada pública pela imprensa americana na quarta-feira -, Comey deve dizer que Trump pediu "lealdade" a ele e que fossem deixadas de lado as investigações sobre o ex-assessor de segurança nacional, Michael Flynn.

Mas Comey também deve dizer que relatou a Trump que o presidente em si não estava sendo investigado no caso.

A seguir, algumas das perguntas que Comey deve ouvir - e se elas podem complicar a vida de Trump:

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"O presidente o pressionou para deixar de lado as investigações sobre Mike Flynn?"

Essa questão-chave já foi parcialmente respondida pela declaração tornada pública nesta quarta.

Comey deve confirmar os relatos de que Trump pediu que fosse encerrada uma investigação sobre Mike Flynn, assessor que se viu obrigado a renunciar em meio à pressão gerada pela revelação de que havia mantido contatos extraoficiais com a Rússia.

Mas Comey não chegou, até o momento, a acusar diretamente o presidente de obstrução de justiça.

Se, perante o Senado, ele responder que foi forçado a mudar a linha investigativa a pedido de Trump - e tiver memorandos que reforcem isso -, tais declarações podem, no futuro, embasar pedidos de impeachment feitos pela oposição democrata.

"Se você se sentiu pressionado, por que não veio a público antes?"

Se Trump estava pressionando o diretor do FBI a respeito de uma investigação em curso, este não teria a responsabilidade de vir a público com a denúncia? Isso provavelmente será levantado pelos senadores nesta quinta-feira.

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Comey, segundo relatos de pessoas próximas, pode alegar ter decidido não denunciar o caso por ter achado que seria mais eficiente que continuasse no cargo de diretor - em vez de ser substituído por alguém mais suscetível a pressões presidenciais.

"O presidente pediu uma promessa de lealdade?"

Outra questão já abordada pelo documento divulgado na quarta. Comey deve dizer que, em um jantar privado em janeiro, ouviu de Trump: "Preciso de lealdade, espero lealdade".

Segundo o New York Times, que se baseou em informações de duas pessoas com conhecimentos sobre o encontro, Comey teria oferecido sua honestidade, e, ao ser pressionado por Trump, sua "honesta lealdade".

A Casa Branca nega essa versão, mas confirma que os dois jantaram juntos. Em uma entrevista, Trump disse que Comey - que estava no terceiro ano de seu mandato de dez anos - lhe pedira para mantê-lo no cargo.

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Comey certamente será interrogado sobre esse encontro. Levando em conta que seu sucessor ainda precisa ser nomeado, a noção de que o presidente exigiu lealdade do mais alto oficial da lei do país será de grande interesse dos senadores - que terão de aprovar a escolha de Trump para o cargo.

Donald Trump e James Comey em foto de arquivo
Foto: BBC News Brasil

"Por que você tornou público o resultado de sua investigação sobre Hillary Clinton em julho passado?"

Comey acusara a então candidata democrata, após investigação de seus e-mails, de ter sido "extremamente descuidada" com materiais importantes. Mas o diretor do FBI disse na ocasião que não recomendaria acusações criminais contra Hillary.

Em testemunho prévio ao Congresso americano, antes de ser demitido, Comey havia dito que decidira tornar públicas essas conclusões - que Hillary considera ter afetado seu desempenho eleitoral - porque temia que sua imparcialidade fosse colocada sob escrutínio.

Provavelmente todas as ações de Comey durante a campanha eleitoral de 2016 deverão ser levantadas no depoimento desta quinta.

"Há indícios de conluio entre assessores de Trump e a Rússia?"

Essa é a principal questão que paira sobre Washington atualmente, mas é também a que provavelmente terá a resposta menos concreta.

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O ex-diretor provavelmente apenas mencionará a existência de um comitê independente para investigar tais acusações.

Mas suas palavras certamente serão analisadas cuidadosamente pelos dois lados - tanto em busca de argumentos pró e contra a atual Casa Branca, que chama o caso de "uma caça às bruxas", quanto em busca de pistas sobre em que pé estão as investigações atualmente.

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