Escândalo de defesa da Rússia se aprofunda com prisão de novo suspeito de suborno

14 mai 2024 - 09h36

O chefe de pessoal do Ministério da Defesa da Rússia foi preso sob suspeita de suborno depois que mais de 1 milhão de dólares em dinheiro e objetos de valor foram descobertos em suas propriedades, disseram investigadores nesta terça-feira.

A prisão de Yuri Kuznetsov sinaliza uma ampliação do maior escândalo de corrupção governamental dos últimos anos, dois dias após o presidente Vladimir Putin ter removido inesperadamente Sergei Shoigu do cargo de ministro da Defesa.

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O Comitê de Investigação do Estado disse que Kuznetsov era suspeito de "receber um suborno em uma escala especialmente grande".

"De acordo com a investigação, em 2021-2023, como chefe da 8ª Diretoria do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia, Kuznetsov recebeu suborno de representantes de estruturas comerciais para realizar certas ações em seu favor", afirmou o comitê.

Pelo menos cinco pessoas foram presas no escândalo, começando com a detenção do vice-ministro Timur Ivanov sob a mesma acusação em 23 de abril.

Shoigu foi inesperadamente afastado de seu cargo no domingo e designado para uma nova função como secretário do Conselho de Segurança da Rússia. Ele será substituído por Andrei Belousov, um economista e ex-vice-primeiro-ministro.

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A nomeação de Belousov, que não tem formação militar, é vista pelos analistas como parte de uma estratégia para melhorar a eficiência da economia de guerra da Rússia, conforme seu Exército busca avançar ainda mais na Ucrânia no terceiro ano da guerra.

A julgar pelas prisões, a estratégia inclui eliminar a corrupção na concessão de grandes contratos militares.

De acordo com relatos não confirmados de dois influentes blogueiros de guerra da Rússia, mais dois vice-ministros da Defesa haviam se demitido antes da saída de Shoigu.

DINHEIRO, OURO E RELÓGIOS

Os investigadores disseram que as buscas nas propriedades de Kuznetsov revelaram o equivalente a mais de 1 milhão de dólares em rublos e moeda estrangeira, bem como moedas de ouro, relógios e artigos de luxo.

Não foi possível entrar em contato com Kuznetsov para comentar o assunto. As acusações contra ele e Ivanov, o ex-vice-ministro, são passíveis de pena de prisão de até 15 anos.

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Ivanov nega as acusações de que recebeu subornos no valor de 11 milhões de dólares na forma de serviços imobiliários de uma empresa de construção em troca de contratos.

Na semana passada, um tribunal de Moscou rejeitou os recursos de Ivanov e de seu amigo Sergei Borodin, que também é acusado de conspirar para aceitar subornos, contra sua detenção.

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