Editora de TV russa faz protesto contra guerra durante jornal

Jornalista apareceu com cartaz falando que governo mente

15 mar 2022 - 08h40
(atualizado às 09h22)

Uma jornalista fez um raro protesto contra a guerra na Ucrânia durante a edição de um jornal noturno de notícias na emissora Canal 1 nesta segunda-feira (14). A televisão é uma das maiores e mais assistidas do país.

Marina Ovsyannikova entrou ao vivo no jornal noturno da emissora Canal 1 para protestar contra guerra da Rússia na Ucrânia
Marina Ovsyannikova entrou ao vivo no jornal noturno da emissora Canal 1 para protestar contra guerra da Rússia na Ucrânia
Foto: Reprodução/Twitter / Ansa - Brasil

Gritando frases como "não à guerra", a editora e jornalista Marina Ovsyannikova apareceu no meio do noticiário segurando um cartaz em que estava escrito: "Acabem com a guerra. Não acreditem na propaganda. Aqui eles estão mentindo para vocês. Russos contra a guerra".

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Segundo as agências de notícias russas, Ovsyannikova foi presa e levada para uma delegacia em local desconhecido após o protesto.

Desde que o conflito foi iniciado, quem falar que o que ocorre na Ucrânia é uma guerra pode pegar até 15 anos de prisão. Além disso, praticamente todos os canais e sites jornalísticos independentes foram fechados pelo governo.

Após a detenção, uma postagem gravada da editora foi divulgada nas redes sociais condenando a invasão russa e dizendo que todos estão "zumbificados" pelo governo de Vladimir Putin.

"O que está acontecendo na Ucrânia é um crime e a Rússia é o agressor. A responsabilidade dessa agressão é de uma pessoa só e essa pessoa é Vladimir Putin. [...] Meu pai é ucraniano, minha mãe é russa e eles nunca foram inimigos. Infelizmente, eu trabalhei no Canal 1 nos últimos anos e trabalhei na propaganda do Kremlin. E agora eu me envergonho muito disso", disse nas imagens.

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A jornalista ainda pede que os russos protestem nas ruas "sem medo" porque o governo "não pode prender todos". Manifestações contrárias ao governo são proibidas na Rússia e os civis que forem aos atos podem ser presos - são mais de 10 mil detenções até o momento.

O ataque da Rússia contra a Ucrânia foi iniciado em 24 de fevereiro, mas o que aparentava ser uma ação bélica rápida, se arrasta desde então por conta da reação forte dos ucranianos e do apoio quase unânime dos países ocidentais contra Moscou. .

  
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