Cinzas de Nobel chinês Liu Xiaobo são jogadas ao mar

15 jul 2017 - 10h57

As cinzas do falecido ganhador do Prêmio Nobel da Paz e dissidente Liu Xiaobo foram lançadas ao mar neste sábado, disse o irmão de Liu, em um ato descrito por um amigo da família como um esforço de apagar qualquer memória dele.

Liu, 61, morreu de falência múltipla dos órgãos na quinta-feira em um hospital na cidade de Shenyang, onde estava sendo tratado por causa de um câncer no fígado em estágio avançado, tendo recebido condicional médica, mas não liberdade.

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Ele havia sido preso por 11 anos em 2009 por "incitar a subversão do poder estatal" após ajudar a escrever uma petição conhecida como "Carta 08" pedindo por reformas políticas abrangentes.

A viúva, Liu Xia, esteve sob efetiva prisão domiciliar desde que seu marido venceu o Prêmio Nobel em 2010, mas foi liberada para visitá-lo na prisão aproximadamente uma vez por mês. Ela nunca foi formalmente acusada de nenhum crime.

Falando em uma coletiva de imprensa organizada pelo governo, o irmão mais velho de Liu Xiaobo, Liu Xiaoguang agradeceu diversas vezes o Partido Comunista por seu cuidado considerando a "situação especial" do dissidente.

"Por que Liu Xia não veio aqui? Sua saúde está muito fraca no momento", disse Liu Xiaoguang, sentado entre uma intérprete de língua inglesa e uma autoridade do governo de Shenyang. "Então ela não pode vir. É muito lamentável."

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Após falar por cerca de 20 minutos, Liu foi escoltado por duas mulheres não identificadas e acendeu um cigarro em sua boca, e não respondeu questões dos jornalistas ao seu redor.

O governo então mostrou imagens das cinzas sendo jogadas de um barco.  

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