Hamas apresentou condições para cessar-fogo em Gaza, exigindo retirada israelense, retorno dos deslocados, entrada de ajuda, troca de prisioneiros e reconstrução supervisionada.
O Hamas divulgou na manhã desta terça-feira, 7, as condições para um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Faouzi Barhoum, alto dirigente do movimento islamista palestino, disse que o grupo se esforça para superar "todos os obstáculos" que possam impedir um acordo que ponha fim à guerra com Israel.
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"A delegação do movimento que participa das atuais negociações no Egito está se empenhando para superar todos os obstáculos a fim de alcançar um acordo que atenda às aspirações do nosso povo e das nossas famílias em Gaza", explicou Barhoum em uma mensagem em vídeo transmitida pelo canal catari Al Jazeera.
No recado, o grupo extremista listou suas principais exigências. Entre elas estão:
- Um cessar-fogo permanente e abrangente;
- A retirada completa das forças israelenses de toda a Faixa de Gaza;
- A entrada irrestrita de ajuda humanitária e de emergência;
- O retorno dos deslocados às suas casas;
- O início imediato de um processo de reconstrução completo, supervisionado por um órgão nacional palestino de tecnocratas;
- Um acordo justo de troca de prisioneiros
Dois anos da guerra
As negociações indiretas entre o Hamas e o governo israelense sobre o plano de paz para Gaza ocorrem paralelamente às cerimônias realizadas em Israel, que marcam o segundo aniversário do ataque de 7 de outubro - episódio que desencadeou a guerra.
Os ataques de 7 de outubro de 2023 mataram cerca de 1,2 mil pessoas — em sua maioria, civis israelenses. E 251 pessoas foram feitas reféns. Israel calcula que 20 reféns ainda estejam vivos e quer o retorno dos corpos de outros 28.
A reação militar devastadora de Israel destruiu a maior parte da Faixa de Gaza, matando mais de 66 mil palestinos, a maioria civis, incluindo mais de 18 mil crianças.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem pressionado tanto o Hamas quanto o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pelo fim da guerra. Em 29 de setembro, o republicano apresentou um plano, que inclui a libertação dos reféns, a retirada gradual das tropas israelenses, o desarmamento do Hamas e a criação de uma governança internacional para Gaza.
Segundo a Al-Qahera News, veículo de comunicação ligado aos serviços de inteligência do Cairo, as conversas para encerrar a guerra estão 'positivas' e uma segunda rodada ocorrerá em Sharm el-Sheikh ainda nesta terça. (*Com informações da RFI, BBC, Ansa)