Biden sanciona Rússia e diz que invasão está só no começo

As sanções são uma resposta à decisão de Moscou de reconhecer os territórios de Donetsk e Luhansk como Estados independentes da Ucrânia

22 fev 2022 - 16h44

Em um discurso na Casa Branca nesta terça-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, descreveu os eventos em andamento no leste da Europa como "o início de uma invasão russa da Ucrânia", ao revelar novas e duras sanções para punir Moscou. As sanções são uma resposta à decisão de Moscou de reconhecer os territórios de Donetsk e Luhansk como Estados independentes da Ucrânia, visto como um desafio contundente ao direito internacional. O comunicado do presidente americano se soma a uma cascata de anúncios semelhantes de líderes europeus.

Em um pronunciamento transmitido pelos canais da Casa Branca na tarde desta terça-feira, 22, Biden afirmou que as sanções desta vez irão muito mais além do que as impostas em 2014. Primeiro pacote de sanções à Rússia em resposta ao anúncio de ontem será dividido em quatro blocos contra instituições e cidadãos russos. Biden disse que "invasão" russa da Ucrânia está "começando".

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Até então, a sanção mais importante havia sido anunciada pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, que suspendeu a licença para funcionamento do gasoduto Nord Stream 2, maior obra de infraestrutura transnacional envolvendo os dois países e que seria responsável por parte considerável do fornecimento de gás natural para a Alemanha.

Biden convocará Conselho de Segurança Nacional por crise na Ucrânia
Biden convocará Conselho de Segurança Nacional por crise na Ucrânia
Foto: EPA / Ansa - Brasil

A União Europeia anunciou também nesta terça-feira planos para impor sanções à Rússia. Após uma reunião de ministros das Relações Exteriores em Paris, o chefe de política externa do bloco, Josep Borrell, delineou um plano que tem como alvo pessoas e entidades ligadas ao último movimento russo.

Eles incluem 351 membros da Duma que votaram pelo reconhecimento, bem como "27 indivíduos e entidades que estão desempenhando um papel em minar ou ameaçar a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia", disse Borrell.

Entre eles estão os tomadores de decisão, entidades de apoio financeiro ou material e bancos. Borrell também disse que a UE "terá como alvo a capacidade do estado e do governo russos de acessar nossos mercados e serviços de capital e financeiros".

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Também mais cedo, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou aos representantes o que chamou de "primeira onda" de sanções contra cinco bancos russos (Rossiya, IS Bank, General Bank, promsvyazbank and the Black Sea Bank) e três "indivíduos de alta renda": Gennady Timchenko, Boris Rotenberg e Igor Rotenberg.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, todos os ativos dos que receberam as sanções no Reino Unido ficarão congelados e os três indivíduos estão proibidos de entrar no país ou de manter negócios com empresas ou prestadoras de serviço britânicas.

O anúncio das sanções não pareceu, inicialmente, mudar os planos russos. Mesmo após os anúncios de Alemanha e Reino Unido, o Conselho Superior da Rússia -- órgão do legislativo equivalente ao Senado -- autorizou o envio de soldados russos para a República Popular de Donetsk (RPD) e para a República Popular de Luhansk (RPL).

Em declarações televisionadas, Putin afirmou que uma eventual entrada das tropas no território ucraniano dependeria "da situação no terreno".

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