A vigilância eletrônica realizada pelo governo da Nova Zelândia se estende da China, seu maior parceiro comercial, até a Antártica e é compartilhada com os Estados Unidos e outros aliados internacionais, de acordo com documentos divulgados na quarta-feira (horário local).
Os últimos documentos vazados pelo ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA, na sigla em inglês) Edward Snowden mostram que a agência de espionagem da Nova Zelândia recolhe dados sobre as comunicações de cerca de 20 países, incluindo China, Japão, Coreia do Norte, Irã e a região da Antártica, muitos dos quais são parceiros comerciais próximos.
A informação recolhida pelo órgão governamental de segurança nas comunicações (GCSB, na sigla em inglês) foi passada à NSA e a agências de inteligência na Austrália, Grã-Bretanha e Canadá, que, juntamente com a Nova Zelândia, são membros da rede de vigilância "Cinco Olhos", de acordo com documentos datados de abril de 2013.
Publicados no jornal New Zealand Herald e no site Intercept, os documentos mostram que a abordagem do GCSB se estende para além das nações do sul do Pacífico, como mostrado na semana passada, e que o país ampliou sua vigilância coletiva nos últimos anos.
As revelações de vigilância sobre a China, um parceiro de livre comércio responsável por cerca de 20% das exportações da Nova Zelândia em 2014, e o Japão, seu quarto maior parceiro comercial, sugerem que o país espiona seus amigos em nome dos interesses dos Estados Unidos.