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Japão e França firmam cooperação em defesa e tecnologia nuclear

7 jun 2013 - 04h40
(atualizado às 04h41)

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e o presidente da França, François Hollande, firmaram nesta sexta-feira em Tóquio uma cooperação bilateral em matéria de defesa e segurança, além de desenvolvimento e exportação de tecnologia nuclear.

Em uma entrevista coletiva, concedida logo após o encontro que mantiveram, Abe e Hollande explicaram que, para potenciar intercâmbios em relação à luta contra o terrorismo, a proliferação nuclear e o desenvolvimento de equipes militares, os chanceleres e ministros da Defesa do Japão e França terão vários encontros em breve.

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Após o encontro em questão, Tóquio espera conseguir uma limitação na exportação de equipamentos franceses à China, os quais podem ser utilizados com fins militares.

No último mês de maio, após a venda da França à China de sistemas para facilitar a aterrissagem de helicópteros em embarcações, o Japão manifestou sua preocupação, já que, segundo Abe, as autoridades chinesas instalariam os equipamentos nas patrulheiras que rondam as ilhas Senkaku/Diaoyu, cuja soberania é alvo de uma disputa entre Pequim e Tóquio.

Embora a União Europeia mantenha um embargo de armas sobre China desde o massacre de Praça da Paz Celestial em 1989, a França considerou que o equipamento vendido não entra dentro dessas restrições, um discurso que Hollande usou para tranquilizar Tóquio nesse sentido.

O presidente francês assegurou hoje ter dado "todas as garantias" ao governo japonês que a venda desse material "não terá nenhuma consequência militar".

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No plano de segurança, os dois chefes de Governo também concordaram em compartilhar mais informações relacionadas às ameaças terroristas no Oriente Médio e no norte da África, especialmente depois que o ataque terrorista a uma usina petrolífera realizado em janeiro na Argélia, o qual resultou na morte de dez cidadãos japoneses.

Ambos os lideres manifestaram que Tóquio e Paris se encontram na mesma sintonia com relação ao conflito na Síria, no qual, assegurou Abe, os dois governos querem "seguir contribuindo com a melhora da situação".

Neste sentido, Hollande insistiu que ambos os países compartilham a necessidade de enviar ajudas ao país, além de reconhecer à resistência como governo legítimo da Síria.

No setor atômico, um terreno no que o Japão e França são pioneiros, ambos os países concordaram em promover as exportações de tecnologia atômica a economias emergentes de maneira conjunta.

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Esta fórmula teve grande êxito até agora, como prova o acordo firmado entre a francesa Areva e a japonesa Mitsubishi Heavy Industries para erguer uma usina atômica na Turquia em maio, o que constituiu o primeiro grande pedido de unidades de fissão nuclear após o acidente de Fukushima de 2011.

Hollande chegou ontem ao Japão para realizar uma visita de três dias, no que supõe a primeira viagem de Estado de um presidente francês ao país asiático em 16 anos.

O chefe de Governo, que viajou acompanhado pela primeira-dama, Valerie Trierweiler, seis ministros e um grupo de empresários, também foi recebido hoje pelos imperadores do Japão, Akihito e Michiko, no Palácio Imperial de Tóquio.

  
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