Após ameaças, Seul promete "dura resposta" a um ataque norte-coreano

1 abr 2013 - 08h31
(atualizado às 08h37)

A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, prometeu nesta segunda-feira uma "dura resposta" a um eventual ataque norte-coreano, em um momento de grande tensão na região, marcada pelas ameaças diárias de Pyongyang e a recente chegada a Seul de aviões de combate dos Estados Unidos para exercícios militares.

A dirigente conservadora ordenou ao Exército "responder com força na etapa inicial, sem levar em conta considerações políticas" em caso de "qualquer provocação" contra cidadãos ou território da Coreia do Sul.

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O contundente tom da chefe de Estado e o envio de aviões de combate F-22 Raptor por parte dos Estados Unidos ao território sul-coreano contrastam com o ambiente de tranquilidade nas ruas de Seul e no restante do país, inclusive no complexo conjunto de Kaesong, situado na Coreia do Norte.

Park, que há pouco mais de um mês se tornou a primeira mulher a alcançar a presidência da Coreia do Sul, ressaltou hoje a importância de "proteger o povo das ameaças" norte-coreanas em reunião com o ministro da Defesa, Kim Kwan-jin.

O ministro apresentou um relatório sobre o plano de emergência de "dissuasão ativa" do Exército, que antecipa a implantação de novos sistemas de defesa, que permitirão lançar uma ação preventiva contra a Coreia do Norte se este país demonstrar sinais de um iminente ataque nuclear ou de mísseis.

A presidente e o ministro da Defesa se encontraram poucas horas após os EUA anunciarem o envio à Coreia do Sul de aviões de combate F-22 Raptor, que participarão das manobras militares anuais conjuntas de ambos os países. Os exercícios irão ocorrer até o final de abril.

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Analistas locais temem que a chegada dos F-22, avançado caça capaz de escapar de radares e realizar guerra eletrônica, gere reações da Coreia do Norte, que dias atrás já respondeu com duras ameaças à presença de submarinos e aviões nucleares americanos no Sul.

O regime de Kim Jong-un realizou hoje a reunião da Assembleia Popular Suprema (Parlamento), um importante encontro que costuma acontecer uma ou duas vezes ao ano e na qual são adotadas decisões políticas que marcam o rumo do Estado.

Apesar da relevância do encontro, os meios de comunicação norte-coreanos não forneceram detalhas sobre o evento, de acordo com o habitual secretismo que caracteriza o país mais fechado do mundo.

O site da agência estatal "KCNA" não fez referência à assembleia, enquanto a televisão "KCTV" transmitiu uma detalhada reportagem sobre a sessão plenária que o Partido dos Trabalhadores realizou ontem.

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Nesta sessão, o líder norte-coreano prometeu, em meio a muitos aplausos, ampliar o arsenal de armas atômicas como parte da dupla estratégia do regime de impulsionar "o progresso da economia" e "o desenvolvimento de seu potencial nuclear".

Nos últimos dias, Pyongyang disse que estava em "estado de guerra" com o Sul, cortou a linha de comunicação militar com Seul e ameaçou fechar o complexo conjunto de Kaesong em seu território.

No entanto, em Seul não se teme um ataque iminente nem se detectaram movimentos das tropas do país vizinho. Hoje, os funcionários sul-coreanos que trabalham no complexo foram trabalhar tranquilamente.

Kaesong, último vestígio do período de aproximação que as duas Coreias protagonizaram no início da década passada, funciona com capital do Sul e mão de obra barata do Norte.

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A crise política e militar vivida na península coreana se prolonga há quase um mês, desde 7 de março, quando a ONU impôs novas sanções contra a Coreia do Norte, que reagiu com duras ameaças a Seul e Washington.

As ameaças foram aumentando à medida que os aliados prosseguiam com manobras militares na região, das quais a agência sul-coreana Yonhap divulgou hoje impactantes imagens.

  
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