A Alemanha decidiu nesta terça-feira suspender a participação de seus navios de guerra nas operações da Otan no Mar Mediterrâneo, para não participar do controle ao embargo de armas à Líbia, anunciou o Ministério de Defesa.
"A Otan decidiu um embargo de armas à Líbia que tem também consequências concretas, como um eventual emprego das armas. A Alemanha não participará disso", explicou um porta-voz do Ministério da Defesa.
"O ministério decidiu como consequência neste dia (terça-feira) colocar duas fragatas e dois barcos no Mar Mediterrâneo sob o comando nacional", completou.
A Alemanha absteve-se na semana passada na votação da resolução no Conselho de Segurança da ONU que autorizava as operações militares contra o regime do coronel Kadafi, e se negou a autorizar seus soldados a participar dessas operações.
Líbia: de protestos contra Kadafi a guerra civil e intervenção internacional
Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.
A violência dos confrontos entre as forças de Kadafi e a resistência rebelde, durante os quais milhares morreram e multidões fugiram do país, gerou a reação da comunidade internacional. Após medidas mais simbólicas que efetivas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão aérea no país. Menos de 48 horas depois, no dia 21 de março, começou a ofensiva da coalizão, com ataques de França, Reino Unido e Estados Unidos.