Anunciado presidente interino do Egito após golpe militar concretizado nesta quarta-feira, o juiz Adly Mansour é uma figura controversa no país. Análises de jornais locais criticam sua ligação com Hosni Mubarak, líder deposto no início de 2011.
Como vice-presidente da Corte Constitucional egípcia, Mansour trabalhou com Mubarak por quase duas décadas. Mesmo após o fim do regime que controlou o governo por quase 30 anos, ele se manteve atuante e ajudou definir as leis das eleições que trouxeram Mohamed Morsi ao poder, em 2012.
No último dia 1º de junho, o próprio Morsi decretou a promoção de Mansour, que se tornou chefe da Corte após aposentadoria do antecessor. Pouco mais de um mês depois, ele assume o cargo máximo do país.
Nascido no Cairo, Mansour tem 67 anos, é casado e tem duas filhas. Graduado em Ciências e Direito, ele dividiu seus estudos entre o Egito e a França.
Nos últimos anos, a Irmandade Muçulmana teve constantes atritos com a Corte durante tentativas de alterações constitucionais por parte de Mursi. A ligação da instituição com o regime de Mubarak sempre foi vista com desconfiança pelos últimos governantes.
Nesta quarta-feira, as forças armadas anunciaram Mansour como presidente interino até que sejam convocadas novas eleições, em data ainda indefinida.
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Manifestantes imersos na multidão usam pequenos canhões de raio laser para protestar na marcha contra Mursi no Cairo; o Egito vive nova onda massiva de contestação do presidente, pressionado agora também pelas Forças Armadas
Foto: AP
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Foto da noite de 30 de junho mostra homem sob foco de laser na sede da Irmandade Muçulmana; ele está atirando objetos contra a multidão que nas ruas protestava contra o grupo e o presidente Mohamed Mursi
Foto: AP
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Manifestantes observam helicóptero iluminado por feixes de laser sobre a área da Praça Tahrir e o Palácio Presidencial egípcio
Foto: AP
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Milhares marcham em frente ao Palácio Presidencial durante nova mobilização de protesto contra o presidente Mohamed Mursi
Foto: AP
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Feixes verdes de lazer iluminam o novo protesto que levou milhares de egípcios às ruas com a nação dividida entre apoiadores e opositores do presidente Mursi, o primeiro mandatário egípcio da era democrática pós-Hosni Mubarak, deposto em fevereiro de 2011
Foto: AP
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Os protestos tomam as ruas pouco mais de dois anos depois da queda de Hosni Mubarak e um ano depois do início do mandato de Mohamed Mursi, eleito no histórico pleito de 2012
Foto: AP
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A Praça Tahrir, novamente ocupada por dezenas de milhares de egípcios, foi o epicentro da queda de Hosni Mubarak, e se torna novamente o palco central dos protestos que agora contestam a presidência de Mohamed Mursi; Mubarak permaneceu por três décadas no poder e instalou um governo centralizado no Egito, ao passo que Mursi, há um ano no cargo após ser eleito democraticamente, é acusado de autoritarismo e criticado por sua linha política próxima à Irmandada Muçulmana
Foto: Reuters
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Foto em detalhe mostra helicóptero atingido por feixes de laser durante sobrevoo da ampla manifestação que tomou o centro do Cairo na noite de 30 de junho
Foto: Reuters
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A onda nova onda de protestos que recoloca o Egito em uma situação de instabilidade análoga à vivida durante a chamada Primavera Árabe ocorre dias após um discurso no qual Mursi alertou para o risco de cisão nacional
Foto: Reuters
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Manifestantes contrários a Mubarak observam helicópteros sobrevoando a Praça Tahrir, no centro do Cairo