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Grupo somali ligado à Al-Qaeda mata 39 em shopping de Nairóbi

21 set 2013 - 22h34
(atualizado às 22h42)

Ao menos 39 pessoas morreram e 150 ficaram feridas, incluindo vários cidadãos estrangeiros, em um ataque neste sábado reivindicado pela milícia islâmica somali 'Shebab', ligada à Al-Qaeda, contra um shopping center de Nairóbi.

Por volta do meio-dia (hora local), cerca de 10 homens da milícia invadiram armados e encapuzados o shopping Westgate Mall, um dos mais luxuosos da capital queniana, cuja clientela é formada principalmente por africanos abastados, indianos e ocidentais.

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Os criminosos dispararam e lançaram granadas contra clientes e funcionários do shopping.

Em mensagem à Nação, o presidente queniano, Uhuru Kenyatta, informou que o ataque terrorista deixou 39 mortos e 150 feridos, e que as forças de segurança permanecem no shopping para "neutralizar" os agressores.

Segundo o Centro Nacional de Operações de emergência, os terroristas ainda mantêm lojistas e funcionários do shopping em seu poder, enquanto prossegue uma vasta operação do Exército e da polícia, na madrugada deste domingo.

"As operações prosseguem", disse à AFP um oficial da segurança queniana, acrescentando que sete reféns foram libertados.

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O Palácio do Eliseu informou que duas francesas morreram na ação 'terrorista' e manifestou a "total solidariedade" do presidente François Hollande com as autoridades quenianas.

"O presidente da República condena, com a maior firmeza, este covarde atentado e compartilha a dor da família dos nossos compatriotas", destaca o comunicado.

o primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, revelou que dois canadenses, incluindo a diplomata Anne-Marie Desloges, foram mortos no ataque.

"O Canadá condena, da maneira mais firme possível, este gesto covarde e odioso", disse Harper, acrescentando que entre os mortos se encontra Anne-Marie Desloges, 29 anos, funcionária do serviço de imigração canadense no Quênia.

O Departamento de Estado americano informou que cidadãos dos Estados Unidos ficaram feridos no que chamou de um "ato de violência desmedido".

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Washington "condenou este atentado desmedido no qual homens, mulheres e crianças inocentes foram mortos ou feridos", e destacou que "segue de perto" a evolução da situação em Nairóbi.

Em Londres, o ministro das Relações Exteriores, William Hague, disse que cidadãos britânicos estão, "sem qualquer dúvida", entre as vítimas do atentado.

Em mensagem no Twitter, a milícia 'Shebab' assumiu a autoria do ataque informando que "os mujahedines entraram ao meio-dia de hoje no Westgate (...). Eles mataram mais de 100 infiéis quenianos e a batalha prossegue".

Segundo os rebeldes, o ataque foi uma represália à intervenção das forças armadas do Quênia no sul da Somália contra o grupo islâmico, após o governo queniano "ignorar reiteradas advertências".

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"Esta é a justiça punitiva pelos crimes de seus soldados" envolvidos no conflito somali. "Por terra, ar e mar, as forças quenianas invadiram nossa pátria muçulmana, matando centenas de muçulmanos e provocando a fuga de milhares".

"Em numerosas ocasiões o governo queniano foi alertado de que a presença de suas forças na Somália teria consequências dramáticas (...). A mensagem que enviamos ao governo e à população queniana é e será sempre a mesma: retirem todas as suas forças do nosso país".

O presidente Kenyatta reagiu afirmando que o Quênia "já superou ataques terroristas no passado e vencerá novamente", em mensagem em rede nacional de TV.

Segundo Kenyatta, os agressores "querem implantar o medo e o desânimo em nosso país, mas não nos deixaremos intimidar. O terrorismo é a filosofia dos fracos".

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O Exército do Quênia entrou na Somália em 2011, onde ocupa o sul do país, como parte da força africana multinacional que apoia o governo somali contra os rebeldes islâmicos.

A Casa Branca qualificou de "vil" o ataque e prometeu ajudar o Quênia em seus esforços contra o terrorismo.

"Os Estados Unidos condenam, nos termos mais enérgicos, este vil ataque terrorista contra civis inocentes hoje no Westgate Shopping Mall em Nairóbi (...). Os autores deste ato desumano devem ser levados à Justiça, e oferecemos nosso apoio total ao governo do Quênia para atingir este objetivo", disse a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Caitlin Hayden.

O secretário de Estado, John Kerry, afirmou que "o massacre terrorista de tantos inocentes é uma lembrança dolorosa de que o mal existe no nosso mundo e pode destruir vidas em um momento sem sentido".

O Conselho de Segurança da ONU "condenou, nos termos mais enérgicos", o atentando em Nairóbi, e "expressou sua solidariedade ao povo e ao governo do Quênia nestas horas difíceis".

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Após a invasão, unidades de elite do exército queniano foram mobilizadas para reforçar as forças policiais no local e ajudar na retirada dos clientes e dos funcionários do shopping.

As forças de segurança avançaram loja por loja para retirar as pessoas escondidas e buscar os homens armados, mascarados e vestidos de preto, que tinham reféns em seu poder.

Muito movimentado nos fins de semana, o Westgate Mall era citado regularmente como possível alvo de grupos relacionados à Al-Qaeda, como os insurgentes 'Shebab'.

Este tipo de ataque é algo que jamais havia ocorrido na capital queniana e pode ser o atentado mais sangrento desde a ação suicida da Al-Qaeda de 1998, que teve como alvo em agosto daquele ano a embaixada americana em Nairóbi, resultando em mais de 200 mortos.

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Uma jornalista da AFP-TV viu corpos em frente ao shopping e em seu interior. Feridos e ensanguentados, pais com seus filhos nos braços, assustados e nervosos, saíam em desespero do edifício de quatro andares.

O Westgate Mall é um labirinto de lojas de todo o tipo, onde é muito fácil se esconder.

Este centro comercial, aberto em 2007 e próximo à sede local das Nações Unidas, tem restaurantes, cafés, bancos, um grande supermercado e várias salas de cinema que atraem milhares de pessoas todos os dias.

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