A principal coalizão opositora egípcia rejeitou nesta segunda-feira o apelo do presidente Mohamed Mursi por um diálogo nacional para tentar solucionar a nova crise que afeta o Egito, que registrou nesta quinta-feira o seu quinto dia consecutivo de violência. No momento em que manifestações eram realizadas durante a noite em várias cidades do Canal de Suez, apesar do cessar-fogo, um jovem foi morto a tiros durante confrontos diante de um posto policial em Port Said (nordeste).
Fontes de segurança indicaram que confrontos opunham manifestantes às forças de segurança nas imediações de várias delegacias, enquanto o Exército indicou ter "frustrado uma tentativa de ataque de um grupo armado contra a prisão" da cidade. Pouco antes, no Cairo, uma pessoa foi morta a tiros em meio a um choque entre um grupo de manifestantes e policiais nas imediações da Praça Tahrir.
"Os homens do Ministério do Interior e 'as milícias' da Irmandade Muçulmana atiram de cima dos hotéis" da área, afirmou à AFP o militante Ahmed Douma, indicando a existência de um grande número de feridos. Dois oficiais e nove soldados ficaram feridos, e manifestantes incendiaram dois furgões das forças de ordem, segundo uma fontes de segurança.
Cinquenta e uma pessoas morreram no total em atos de violência que começaram na noite de quinta-feira, no momento em que o país lembra o segundo aniversário do início da revolta contra o ex-presidente Hosni Mubarak, em meio a um forte descontentamento com o atual chefe de Estado islamita.
O Senado ratificou um projeto de lei autorizando Mursi a mobilizar o Exército para que atue na manutenção da ordem até o final das eleições legislativas, previstas para os próximos meses, indicou a agência oficial Mena. No domingo à noite, Mursi decretou estado de emergência por 30 dias nas províncias de Port Said, Suez e Ismailiya, no Canal de Suez. Ele pediu também que os representantes da oposição, assim como os partidos islamitas que o apoiam, participem de um diálogo nacional.
"Nós não vamos participar de um diálogo sem sentido", afirmou Mohamed El Baradei, principal líder da Frente de Salvação Nacional (FNS), formada por vários movimentos e partidos de esquerda e liberais. O grupo exige que Mursi assuma a responsabilidade pela violência dos últimos dias e a formação de um governo de unidade nacional. A Frente convocou "o povo a sair a todas as praças Tahrir no próximo 1º de fevereiro (...) para cumprir os objetivos da revolução" e protestar contra a morte de dezenas de egípcios nos confrontos dos últimos dias.
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Os confrontos com maior número de vítimas ocorreram em Port Said, onde 41 pessoas morreram após o anúncio da pena de morte para 21 torcedores do clube de futebol local, Al-Masry, envolvidos confrontos no ano passado ao final de uma partida contra o clube cairota d'Al-Ahly. Alguns consideram que esse veredicto foi motivado pelo objetivo de evitar problemas mais graves ainda com os torcedores do Al-Ahly, que haviam ameaçado espalhar o "caos" se as penas não fossem severas.
A violência reflete as profundas divisões no país, mas também a persistente hostilidade de grande parte da população em relação à polícia, acusada de praticar violações sistemáticas e desrespeitar os direitos humanos. A Anistia Internacional, baseando-se em testemunhos, condenou "o uso por parte dos serviços de segurança de uma força letal (...), incluindo contra manifestantes que não representavam ameaça iminente".
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Familiares dos mortos em massacre em confronto de torcidas choram após Justiça egípcia recomendar à pena de pena de morte 21 dos envolvidos
Foto: AP
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Torcedores Al-Ahli comemoram em frente à sede do time, em Cairo, a decisão de punir envolvidos no massacre
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Uma semana antes de a Justiça dar seu veredicto, torcedores do Al-Ahli fizeram marcha no Cairo pedindo punição aos responsáveis pelo massacre do estádio Port Said, que deixou 72 mortos
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No dia 18, marcha na Praça Tahrir, no centro do Cairo, reuniu milhares de torcedores do time local
Foto: AP
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Torcedor do Al-Ahly dispara tiros comemorativos no ar, no Cairo, depois de um tribunal condenar à morte 21 pessoas que participaram de um motim que matou cerca de 70 torcedores em uma "guerra campal" no ano passado
Foto: AFP
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Torcedores comemoram com sinalizadores a condenação de participantes do confronto
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Os confrontos, que aconteceram em fevereiro do ano passado entre os torcedores do Al-Masry e do Al-Ahly, deixaram cerca de 70 mortos
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Manifestantes egípcios incendeiam ônibus em manifestação após as condenações
Foto: AFP
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Após a notícia das condenações, parentes dos condenados tentaram invadir a prisão em Port Said, no Egito. A decisão da Justiça provocou novas ondas de violência no país
Foto: AFP
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Mulheres se emocionam após a decisão que condenou 21 pessoas à morte no Egito
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Torcedores do Al-Ahly comemoraram decisão em festa no estádio do clube, no Cairo
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Segundo a torcida do Al-Ahly, a maior parte dos 74 mortos no conflito de fevereiro de 2012 eram apoiadores do time de Cairo
Foto: AP
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Já os familiares dos condenados à morte realizaram protestos contra a decisão da Justiça, e chegaram a atacar delegacias e prédios públicos com armas e coquetéis molotov
Foto: AP
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Torcedor do Al-Ahly exibe balança, símbolo da justiça, em celebração pela decisão do tribunal egípcio de condenar à morte 21 dos envolvidos no massacre do ano passado
Foto: AP
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As revoltas já deixaram mais de 30 mortos desde sábado de manhã, quando a Justiça condenou à morte 21 pessoas envolvidas no massacre em Port Said em fevereiro de 2012
Foto: AFP
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Os novos protestos também marcam o aniversário de dois anos da revolta que derrubou o entrão presidente Hosni Mubarak
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Manifestantes atiravam pedras contra os policiais, em mais um dia de confronto no centro do Cairo
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Após um jogo de futebol, as torcidads do Al-Ahly e do Al-Marsy entraram em conflito, deixando saldo de 74 mortos
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Polícia revidou lançando gás lacrimogênio nos manifestantes que ocupavam a Praça Tahrir neste domingo
Foto: AFP
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Indicação de pena de morte leva a confrontos no Egito
Foto: Terra
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Vítima é carregada em funeral coletivo dos mortos nos enfrentamentos de sábado no Egito
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Manifestante lança bomba de gás lacrimogêneo de volta em direção os policiais durante confronto na Praça Tahrir
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Nuvens de fumaça podem ser vistas do alto, resultado do confronto entre policiais e manifestantes em Port Said
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Jovem é detido nos confrontos deste domingo no Cairo
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Egipcio faz sinal de vitória em meio aos confrontos com policiais nas imdeiações da Praça Tahrir. Ao menos uma pessoa morreu em novos enfrentamentos nesta segunda-feira
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Alguns dos egípcios que protestas no Cairo usam máscaras para proteger o rosto contra o gás lacrimogêneo
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Multidão carrega os corpos de mortos nos enfrentamentos de domingo
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Manifestantes correm durante confronto com policiais
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Policial e manifestante se enfrentam em nova onda de protestos perto da Praça Tahrir
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Indicação de pena de morte leva a confrontos no Egito
Foto: Terra
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