Um dos integrantes do grupo Livres com intenção de se lançar em 2020 tem perfil que destoa dos novos nomes que pretendem disputar as eleições neste ano. Trata-se de Andrea Matarazzo (PSD), 63 anos, que acumula passagens por mais de dez cargos nos três níveis de governo - federal, estadual e municipal - em mais de 20 anos de vida pública.
"É uma via de duas mãos", disse Matarazzo, que é sobrinho-neto do conde Francesco Matarazzo, sobre sua presença ao lado de novatos que querem ingressar na política. "Posso transmitir conceitos de liberdade econômica, transmitir a minha experiência trabalhando no governo a essa juventude", afirmou ao Estado. Em contrapartida, disse, ele ganha ao se aproximar dessa turma "competente" da renovação.
O político da velha guarda vê nas cabeças arejadas do Livres um diferencial. "Eles não são dogmáticos. Entendem que a formulação da política pública pode ser feita pelo Estado e que a execução, pelo privado. Mas sabem que o Estado vai estar presente em função da altíssima desigualdade, que não será a economia de mercado que vai resolver."
Durante a entrevista, feita por telefone, a ligação caiu duas vezes. Matarazzo aproveitou, então, para pregar o receituário liberal: "É um caso típico de falta de concorrência, né? As teles são grandes demais e de uma ineficiência comovente: custo alemão com qualidade cubana", disse ao atender de novo a ligação.