PF identifica grupo suspeito por ajudar na fuga de Ramagem do país

O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, confirmou que Ramagem deixou o país através da Guiana, sem seguir os procedimentos migratórios padrão

15 dez 2025 - 16h51

A Polícia Federal (PF) deu um novo passo na investigação da saída do Brasil do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). O foco da apuração chegou a um grupo de indivíduos em Roraima suspeito de ter fornecido assistência ao parlamentar em sua evasão do território nacional. Ramagem iniciou sua carreira de delegado nesse estado.

Alexandre Ramagem
Alexandre Ramagem
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil / Perfil Brasil

O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, confirmou que Ramagem deixou o país através da Guiana, sem seguir os procedimentos migratórios padrão. Segundo a investigação, ele teria recebido ajuda de terceiros para realizar a travessia. Entre as pessoas envolvidas, está o filho de um garimpeiro, que foi detido no sábado, dia 13.

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O diretor da Polícia Federal forneceu detalhes sobre a nova fase da apuração à imprensa. "No curso da investigação tomamos conhecimento da saída desse parlamentar há alguns meses. No processo [de investigação] se chegou a um grupo que teria facilitado a fuga do parlamentar. Foi representado ao juízo, que autorizou sua prisão e ele foi preso. Houve apreensão de celular e materiais. Ele vai ser interrogado e a partir daí teremos novos detalhes", explicou Rodrigues.

A PF planeja que a investigação aponte se e quem são outros possíveis envolvidos na facilitação da saída do deputado.

O inquérito indica que Alexandre Ramagem utilizou uma rota terrestre entre Boa Vista (Roraima) e Georgetown, capital da Guiana. A distância entre as duas cidades é percorrida em aproximadamente 13 horas de carro. Já em solo estrangeiro, o deputado teria utilizado um passaporte diplomático para embarcar em um voo com destino aos Estados Unidos.

A saída do deputado ocorreu em setembro, conforme apuração da CNN Brasil. Ramagem é considerado foragido da Justiça brasileira. Ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a uma pena de 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão por seu envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado.

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A condenação do STF aponta que Ramagem integrou uma organização criminosa. Ele também é acusado de ter utilizado a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), onde atuou como diretor, para monitorar adversários políticos e auxiliar em ações contra o sistema eleitoral. Em decorrência da decisão judicial, Ramagem estava proibido de deixar o Brasil e deveria ter entregado seu passaporte, determinações que não foram cumpridas pelo parlamentar. O avanço da investigação foca agora em desvendar a rede de apoio que permitiu a evasão do deputado condenado.

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