Se em vez de chegar ao Brasil em 1500 Pero Vaz de Caminha tivesse desembarcado hoje em Israel, sua primeira carta teria que trazer uma pequena adaptação: "Nesta terra, em se plantando, irrigando e tratando o solo, tudo dá".
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Usando técnicas avançadas, Israel tornou-se no século XX o exemplo mais típico do uso de terras desertificadas para a agricultura, afirma o professor do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas (Cepagri) da Unicamp Hilton Silveira Pinto. "Somente na areia não tem como produzir. Tem de haver um manejo de solo muito bom, com irrigação, aração e adubação", explica Pinto.
O país do Oriente Médio, com escassos recursos hídricos, desenvolveu a técnica de irrigação por gotejamento, com canos suspensos que pingam água sobre as lavouras. Assim, Israel tornou-se um importante exportador de laranjas e cultiva milho e trigo, entre outros.
Com as mudanças climáticas, a preocupação em desenvolver formas de cultivo em áreas secas atinge inclusive o Brasil, afirma o professor. Entre as soluções em desenvolvimento estão a produção de sementes, obtidas por melhoramento convencional ou genético, que sejam mais tolerantes à seca e às altas temperaturas e demandem o mínimo possível de água.
"A tendência é a desertificação piorar, e os pesquisadores buscam uma forma de contornar isso. A água do cultivo vai competir com a água disponível para beber", prevê Pinto.
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