Estudantes protestaram na manhã desta quarta-feira contra o que descreveram como atos de racismo praticados no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis. Coordenado por oito grupos sociais, o ato repudia a postagem de um aluno realizada em redes sociais. Na imagem, um homem negro, aparece de joelhos entregando um cacho de bananas a uma mulher, também negra.
O grupo tenta uma audiência com a reitoria da universidade. Em nota oficial, os manifestantes criticam “estudantes conservadores e racistas”. “Há relatos que no primeiro ano no qual a política de ações afirmativas foi implementada nessa universidade, ano de 2008, estudantes negros ao chegarem em suas classes, na sala de aula, encontravam bananas deixadas por outros estudantes, com o intuito de os associarem a macacos”, consta na nota assinada pelos oito grupos sociais.
"Agora, mesmo passados 5 anos, e mesmo após a lei ser estabelecida e aprovada por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal, instância máxima da justiça brasileira, atitudes racistas como a citada acima ainda são presentes no meio acadêmico", continua a nota.
Os manifestantes ainda citam Nelson Mandela no manifesto, com a frase "Ninguém nasce odiando", atribuído ao ex-presidente sul-africano. “Exigimos que a Universidade Federal de Santa Catarina cancele a vaga do individuo (autor da polêmica postagem), bem como o expulse do ambiente acadêmico”.
Participam da manifestação integrantes do Conselho Estadual de População Afrodescendentes, da Coordenadoria de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, da União de Negros Pela Igualdade, do Movimento Negro Unificado, do Fórum Capoeira na Escola e do Grupo Negro 4P.
Nudez, lama e racismo: veja trotes polêmicos pelo Brasil
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Vestindo apenas cueca e com uma máscara sobre a cabeça, cobrindo seu rosto, jovem participa de trote em São Paulo. Na manhã da última quarta-feira (20), ele teve de atravessar a Avenida Paulista agindo de maneira irreverente. Confira, nas imagens a seguir, alguns trotes polêmicos feitos para receber calouros em universidades brasileiras neste ano
Foto: J. Duran Machfee
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Ele esperou o semáforo fechar e, no meio da faixa de pedestres, corria de um lado para o outro abordando pessoas
Foto: J. Duran Machfee
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Em trajes sumários e escondido sob a máscara, o estudante chamou a atenção de pedestres e motoristas na Avenida Paulista
Foto: J. Duran Machfee
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A brincadeira faz parte de uma gincana de calouros que estaria sendo realizada por estudantes da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo
Foto: J. Duran Machfee
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Entre as peripécias, o jovem - que seria calouro do curso de Administração da FGV-SP - dava cambalhotas no chão
Foto: J. Duran Machfee
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A brincadeira inusitada ocorreu em meio à movimentada Avenida Paulista no final da manhã de quarta-feira (20)
Foto: J. Duran Machfee
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As pessoas reagiram com surpresa à brincadeira em São Paulo. O trote - para o qual o aluno teria se voluntariado - é defendido como parte de uma tradicional gincana de calouros
Foto: J. Duran Machfee
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A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) divulgou nota de repúdio ao suposto trote realizado por estudantes da Faculdade de Direito no dia 15 de março, durante a recepção aos calouros no prédio que fica localizado na região central de Belo Horizonte. Na primeira imagem, uma jovem está pintada de preto com um cartaz de papelão escrito "Caloura Chica da Silva". A moça está acorrentada pelas mãos e um rapaz de pele clara sorri enquanto segura a corrente Jovem aparece acorrentada, com o corpo pintado e carregando uma placa na qual se lê Caloura Chica da Silva
Foto: Facebook
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Na segunda foto, um estudante está pintado de tinta vermelha e amarrado a uma pilastra enrolado por uma faixa de plástico utilizada em isolamento de acessos. Ao lado e também sorrindo, três estudantes fazem um gesto nazista, com a mão direita estendida para frente. Um deles chegou a colocar um bigode postiço semelhante ao que usava o ditador alemão Adolf Hitler.
Foto: Facebook
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Estudantes do curso de direito da UFMG bateram boca após assembleia realizada no dia 19 de março para discutir a repercussão do trote feito por veteranos
Foto: Ney Rubens
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O estudante Caio Perrone (esq.) negou que o trote tivesse conotação racista. Segundo ele, as brincadeiras são normais
Foto: Ney Rubens
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Segundo o presidente do Centro Acadêmico, Felipe Gallo, atitudes de combate a esse tipo de trote serão tomadas
Foto: Ney Rubens
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A unidade de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) confirmou que os estudantes que ficaram nus durante um trote no final de fevereiro podem ser expulsos da instituição. Na foto, um estudante simula sexo com boneca inflável
Foto: Frente Feminista
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Além de tirar a roupa e mostrar os órgãos sexuais, os alunos teriam feito gestos obscenos contra um grupo de feministas que protestava contra o "Miss Bixete", uma espécie de concurso de beleza a que as novatas são submetidas. Na foto, jovem protesta contra o desfile
Foto: Frente Feminista
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Em nota, o Coletivo de Mulheres disse que o Miss Bixete é um concurso pensado para reproduzir "o padrão das mulheres como mero objeto ao fetiche masculino". O desfile aconteceu no dia 26 de fevereiro
Foto: Frente Feminista
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O grupo decidiu protestar, de forma pacífica, a um ato questionável feito dentro do espaço público da universidade. "Desde o princípio, no entanto, sofremos todos os tipos de agressão verbal e simbólica"
Foto: Frente Feminista
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A USP abriu uma investigação para apurar o que aconteceu e os alunos envolvidos podem ser punidos com advertência ou até com expulsão
Foto: Frente Feminista
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No entanto, nem todos os trotes são polêmicos nas universidades do Brasil. Em 18 de fevereiro, estudantes aprovados na seleção da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) foram recebidos com os tradicionais banhos de lama e tinta
Foto: Bruno Santos
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No primeiro dia de matrícula, alunos aprovados para estudar na Universidade de São Paulo (USP) foram recebidos com muita tinta e banho de lama
Foto: Bruno Santos
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Estudantes participam de trote no dia da matrícula na USP, em São Paulo
Foto: Bruno Santos
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Além do banho de lama, os alunos também participavam de brincadeiras como futebol de sabão e "guerra" de cotonetes
Foto: Bruno Santos
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O corte de cabelo era feito, segundo os veteranos, somente nos calouros que aceitavam passar a tesoura
Foto: Bruno Santos
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Ninguém era pressionado a fazer o que não queria, de acordo com os estudantes
Foto: Bruno Santos
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'O trote está tranquilo, não tem maldade', garantiu Bruno Bogato, 17 anos, que vai cursar mecânica naval
Foto: Bruno Santos
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Fernando Caputo (esq.), 20 anos, Willian Murasawa (centro), 28 anos, e Lucas Pereira, 19 anos disseram que ninguém 'pegou pesado' no trote
Foto: Bruno Santos
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O banho de lama já é tradicional no trote da Escola Politécnica da USP (Poli-USP), na capital paulista
Foto: Bruno Santos
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Estudantes participam de trote no dia da matrícula na USP, em São Paulo
Foto: Bruno Santos
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Estudantes participam de trote no dia da matrícula na USP, em São Paulo
Foto: Bruno Santos
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Estudantes participam de trote no dia da matrícula na USP, em São Paulo
Foto: Bruno Santos
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Estudantes participam de trote no dia da matrícula na USP, em São Paulo
Foto: Bruno Santos
Fonte: Especial para Terra