Depois de a Justiça paulista ter concedido a reintegração de posse do prédio da administração da Universidade de São Paulo do Campus Ermelino Matarazzo (conhecido como USP Leste), a instituição informou que fará uma reunião com os alunos para tentar uma desocupação pacífica, sem ação da Polícia Militar. A reunião está marcada para a próxima segunda-feira, às 10h.
Depois da decisão da juíza Carmen Cristina Teijeiro, que determinou ontem a reintegração de posse, os alunos informaram que vão manter a ocupação no prédio administrativo até a data da reunião com o diretor em exercício, Edson Leite. Os estudantes ocupam o local desde o dia 2 deste mês, em protesto contra a contaminação do solo local, que concentra gás metano - altamente inflamável - proveniente do descarte do desassoreamento do Rio Tietê.
No final da tarde de ontem, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) deu à USP um prazo de dez dias para readequar o seu plano de ação. A universidade entregou o documento à agência no dia 2 deste mês, data final para que fossem cumpridas as exigências impostas pelo auto de infração, que apontava descumprimento de 11 exigências no campus. Uma delas era a implantação de um sistema de extração de gases do subsolo.
Segundo a Cetesb, o plano de ação precisa de readequações. Na proposta da empresa de consultoria ambiental Servmar, contratada pela USP para executar a recuperação da área contaminada, o atendimento às exigências feitas pela companhia seria feito até abril de 2014. No entanto, o prazo foi considerado longo pela companhia.
A Cetesb informou que quer antecipar a definição sobre a implantação dos sistemas de extração de gases e a finalização das investigações do solo contaminado deposto sem autorização em duas áreas específicas do campus. A remoção dessa terra precisa ser concluída até dezembro deste ano, diz a nota da companhia.
A Companhia Ambiental paulista fez uma vistoria no campus, na última sexta-feira, e constatou que parte das exigências presentes no auto de infração já foram atendidas. A Cetesb ressaltou também que o monitoramento diário de gases mostrou que não há riscos de inflamabilidade na área.