Maioria das internações pela covid ocorre entre não vacinados, diz Queiroga

Brasil recebeu nesta quinta-feira, 13, a primeira remessa de doses pediátricas da Pfizer. Ministro reforçou a sua posição de que decisão de imunização dos mais jovens cabe aos pais

13 jan 2022 - 14h13
(atualizado em 14/1/2022 às 13h13)

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quinta-feira, 13, que pessoas não vacinadas contra a covid-19 são a maioria entre os internados em hospitais e unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Na cerimônia de recebimento da primeira remessa de doses pediátricas da Pfizer, ele atestou a segurança do imunizante, mas destacou que a decisão de vacinar compete aos pais das crianças.

O Brasil recebeu nesta quinta, uma primeira remessa de 1,2 milhão de doses de vacinas da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos. Ao todo, o País deve receber 4,3 milhões de doses em janeiro e 20 milhões até o final de março.

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"As vacinas da covid foram desenvolvidas em tempo recorde. Isso é fruto do esforço da ciência dos pesquisadores e da indústria farmacêutica", falou o ministro no Centro de Distribuição do Ministério da Saúde em Guarulhos. "Assistimos nos últimos seis meses a uma queda significativa de óbitos, fruto da campanha de vacinação."

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga
Foto: Wilson Dias/Agencia Brasil / Estadão

Ele destacou que gestores da saúde enfrentam um novo desafio com a variante Ômicron, visto que a cepa tem "transmissão muito maior" que as demais variantes. "Muitos têm relatado que ela causa formas menos impactantes (da doença), sobretudo nos vacinados. Mas aqueles que se internam nos hospitais e nas unidades de terapia intensiva, a grande maioria são indivíduos não vacinados", pontuou ao incentivar que brasileiros busquem a segunda dose e a de reforço.

"Países que estão mais fortemente vacinados, como Brasil, têm mais possibilidade de passar pela variante Ômicron e outras variantes que por acaso surjam", continuou. Nesse sentido, Queiroga frisou que a nova cepa é de preocupação, mas não de "desespero".

Queiroga reforçou, ao menos duas vezes, que a decisão de vacinar os mais novos é dos pais e mães. "Até o que sabemos no momento, há segurança atestada não só pela Anvisa, mas por outras agências regulatórias para aplicação dessas vacinas", apontou.

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Ele ainda reconheceu que, nos Estados Unidos, onde mais de 8 milhões de crianças receberam doses pediátricas da Pfizer, não houve relato de efeito adverso grave. "Em todas as campanhas de vacinação em massa, há eventos adversos relacionados à vacina. E nós vamos ficar observando esses eventos adversos, juntamente a própria Anvisa e a própria indústria farmacêutica para fazer as possíveis correções de rumo", disse.

Ocupação de UTI aumenta

As taxas de ocupação de UTIs para a covid-19 alcançaram nível de alerta "crítico" em um Estado e quatro capitais do País. Os dados são de uma nota técnica divulgada na quarta, 12, pelo Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A explosão de casos provocada pela variante Ômicron e pelas festas de fim de ano já pressiona os serviços de saúde.

O ministro informou que tem trabalhado para reforçar a campanha nacional de testagem. Na quarta, 12, após a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) ter emitido nota técnica com recomendações aos laboratórios privados para que testem somente pacientes em estado grave, diante da possibilidade de desabastecimento dos estoques, o Ministério da Saúde chegou a se desvincular do eventual cenário de escassez na rede pública. Em nota nesta quinta-feira, a pasta recuou e disse haver uma responsabilidade compartilhada com Estados e municípios.

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