África do Sul vê alta da covid em crianças e investiga casos

Bebês com menos de dois anos representam mais de 10% das hospitalizações, mas não há indicação de gravidade dos casos

30 nov 2021 - 05h11
(atualizado às 07h18)
Profissional de saúde aplica vacina contra Covid-19 em Johanesburgo
REUTERS/ Sumaya Hisham
Profissional de saúde aplica vacina contra Covid-19 em Johanesburgo REUTERS/ Sumaya Hisham
Foto: Reuters

A África do Sul tem visto um crescimento de internação de crianças pequenas, mas ainda não se sabe se essa alta está ligada ao surgimento da variante Ômicron. Na província de Gauteng, a mais populosa do país e onde fica a cidade de Joanesburgo, houve aumento das hospitalizações nas faixas de zero a dois anos e de 28 a 34 anos. A especialista em saúde pública Waasila Jassat disse que nessa região os bebês até dois anos já representam 11% dos internados nas duas últimas semanas.

Ela diz que é cedo para determinar os motivos. "Isso (alta de crianças internadas) pode ser devido a vários motivos: médicos admitem crianças pequenas, mesmo que não seja grave, como precaução porque os leitos do hospital ainda não estão cheios.E pode haver mais gravidade em crianças nesta onda", disse ela ao Estadão. "Não temos muitas informações ainda. mas os indicativos é de que essas hospitalizações não são mais severas do que foram no passado", acrescentou Waasila.

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Na proporção de testes positivos para covid, os mais jovens representam uma parcela importante. "O aumento dos casos se dá principalmente por conta de mais jovens, que são os mais sucessíveis a aglomerações e encontros para socializar. Olhando a taxa de PCR positivos por idade, a maior parte tem menos de 25 anos", disse Michelle Groome, chefe da Divisão de Vigilância e Resposta à Saúde Pública do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis (NICD) da África do Sul.

A maior parte das mortes registradas foram nos grupos mais velhos, de 60 a 69 anos e em pessoas com mais de 80 anos. Em todas as admissões do hospital de Gautaeng, dados parciais de cerca de 25% das pessoas que tinham status de vacinação conhecido, mostrou que a grande maioria de pacientes admitidos e pacientes atuais não foram vacinados. Cientistas ainda tentam descobrir se os imunizantes são eficientes contra a Ômicron.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que há alto risco global com a nova cepa, ma destacou que ainda há muitas incertezas sobre essa nova versão do vírus. Em várias partes do mundo, países impuseram restrições de entrada contra viajantes vindos da região sul da África, medida que tem sido criticada pelos especialistas. A Ômicron já foi identificada em quatro continentes.

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