PGR quer Bolsonaro condenado a até 43 anos de prisão; saiba as penas de cada crime

Reafirmando a tese da denúncia, PGR apresenta alegações finais pedindo a condenação do ex-presidente em 5 crimes diferentes

15 jul 2025 - 07h28
(atualizado às 11h03)
Resumo
PGR pediu a condenação de Jair Bolsonaro a 43 anos de prisão por liderar ataques às instituições democráticas, envolvendo cinco crimes, incluindo organização criminosa e golpe de Estado.
PGR pede condenação de Jair Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado
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Nas alegações finais da ação sobre a trama golpista, a Procuradoria-Geral da República defendeu, nesta segunda-feira, 14, a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por uma série de crimes que, se somadas as penas, podem alcançar até cerca de 43 anos de reclusão.

De acordo com a PGR, Bolsonaro implementou um plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas, com o objetivo de prejudicar a alternância legítima de poder nas eleições de 2022.

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Em uma manifestação de 517 páginas, o documentou reafirmou as acusações contra Bolsonaro e pediu sua condenação pelos seguintes crimes:

Liderança de organização criminosa armada, prevista na Lei nº 12.850/2013, artigo 2º, caput, com os agravantes dos parágrafos 2º e 4º, inciso II, referentes ao uso de arma de fogo e à participação de funcionário público. Somadas as qualificadoras, a pena para esse crime pode chegar a até 17 anos de reclusão.

O crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, previsto no artigo 359-L do Código Penal, com pena de até 8 anos de reclusão.

A condenação pelo crime de golpe de Estado, nos termos do artigo 359-M do Código Penal, cuja pena pode chegar a até 12 anos de reclusão.

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Jair Bolsonaro (PL) durante interrogatórios dos réus da Ação Penal (AP) 2668.
Jair Bolsonaro (PL) durante interrogatórios dos réus da Ação Penal (AP) 2668.
Foto: Ton Molina/STF

Em relação aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, as alegações finais pedem a condenação do ex-presidente pelo crime de dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima, conforme previsto no artigo 163, parágrafo único, incisos I, III e IV, do Código Penal. A pena para esse crime pode ser de até 6 anos de reclusão.

Por fim, também há menção ao crime de deterioração de patrimônio tombado, previsto no artigo 62, inciso I, da Lei nº 9.605/1998, cuja pena é de até 3 anos de reclusão.

Caso a 1ª Turma do Supremo acolha os argumentos da acusação, o ex-presidente poderá ser apenado em cerca de 43 anos de prisão.

Veja os crimes atribuídos a Bolsonaro pela PGR ao pedir condenação por tentativa de golpe de Estado
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O que diz Bolsonaro sobre a acusação de golpe de Estado?

Durante depoimento ao STF em junho, Bolsonaro negou as acusações e afirmou algumas vezes ter seguido 'dentro das quatro linhas'. “Muitas vezes me revoltava, falando palavrão. Falava o que não devia falar. Sei disso. Mas, no meu entender, fiz aquilo que tinha de ser feito”, disse, em um dos momentos, sempre com Constituição Federal em cima de sua mesa.

Seguindo o mesmo tom, Bolsonaro minimizou a reunião com ministros, em que se discutia a suposta minuta de golpe. “Não existia essa vontade. O sentimento de todo mundo era de que não tínhamos mais nada o que fazer. Se tivesse que ser feita alguma coisa, seria lá atrás, via Congresso Nacional. Não foi feito, então, tínhamos de entubar o resultado das eleições”, declarou para a Primeira Turma do STF.

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Já sobre o fato dele não ter passado a faixa presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como é de praxe em mudanças de governos, o motivo foi pautado em vergonha. “Eu não ia me submeter à maior vaia da história do Brasil, o senhor há de concordar comigo”, afirmou. (*Com informações do Estadão Conteúdo)

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