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PCO diz que YouTube desmonetizou canais e excluiu vídeos do partido na plataforma

Partido que produz conteúdos em apoio ao grupo terrorista Hamas fala em 'escalada de censura'; YouTube afirmou que os canais foram removidos do programa de parcerias 'por violar a política contra organizações extremistas ou criminosas violentas'

28 abr 2024 - 09h56
(atualizado às 21h17)

O Partido da Causa Operária (PCO) afirmou neste sábado, 27, em publicação na rede social X (antigo Twitter), que o YouTube desmonetizou todos os canais ligados ao partido. Procurada pelo Estadão, a plataforma afirmou que os canais foram removidos do programa de parcerias "por violar a política contra organizações extremistas ou criminosas violentas".

A legenda radical de esquerda afirma que 37 vídeos foram excluídos e que sete canais ligados ao partido foram desmonetizados. Na prática, significa que a plataforma retira os anúncios dos vídeos de um criador e, a partir daí, as visualizações dos conteúdos do canal deixam de gerar receitas.

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O partido é conhecido pelas posições radicais, como o apoio ao grupo terrorista Hamas no conflito entre Israel e Palestina. Logo após o início da guerra, em outubro do ano passado, o presidente do partido afirmou estar "1.000% com Hamas". Em fevereiro, Pimenta se reuniu com o líder político do grupo, Ismail Haniya, no Catar.

O PCO fala em "ditadura das redes sociais do imperialismo", atribui a desmonetização a "ataques sionistas" e pediu aos apoiadores que colaborem com uma vaquinha online para manter o canal, que atualmente arrecada cerca de R$ 5 mil mensais. O principal canal do partido no YouTube tem 117 mil inscritos.

O presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta, fez uma transmissão neste sábado, 27, relacionando a desmonetização com o banimento da rede social TikTok nos Estados Unidos. Para Pimenta, o caso se trata de uma "contraofensiva reacionária que está sendo organizada no mundo todo". Além do YouTube, o partido também afirma que teve o sistema de pagamento de seu site bloqueado.

"O PCO é parte do movimento operário e popular brasileiro, fazemos parte da CUT, somos um partido legal e estamos sendo agressivamente reprimidos. A esquerda se cala diante disso. Vamos cobrar um posicionamento de todos. Chega dessa palhaçada. Os elementos da esquerda só se preocupam e apoiar o Xandão. Apoiar um partido que está sendo perseguido, nada, é uma posição calhorda, absurda", disse o presidente do partido nas redes sociais.

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Em nota ao Estadão, o YouTube confirmou "que os canais COTV - CausaOperariaTV, DCO - Diário Causa Operária, PCO - Partido da Causa Operária e Radio Causa Operária foram removidos do Programa de Parcerias por violar nossa Política contra organizações extremistas ou criminosas violentas, que faz parte de nossas Diretrizes da Comunidade, e não podem mais monetizar seus conteúdos em nossa plataforma".

Nos últimos meses, as publicações da legenda têm sido compartilhadas até por grupos bolsonaristas, dispostos na outra ponta do espectro político. Após a sigla ser incluída no inquérito das fake news pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compartilharam publicações em que o PCO chama Moraes de "ditador" e diz que a Corte deveria ser dissolvida. A investigação apura ofensas, ameaças e notícias falsas contra o Judiciário.

Em fevereiro de 2022, o partido saiu em defesa do youtuber Bruno Aiub, conhecido como Monark, depois de ele endossar a legalização de um partido nazista no Brasil. A sigla disse que considerar que "o Estado não deve ter o poder de pôr nenhum partido na ilegalidade".

Para gerar receita no YouTube, é necessário que o usuário siga as políticas de monetização, além das diretrizes e diversos termos de uso da plataforma. Após um canal ser encerrado ou ter a monetização cancelada, segundo a plataforma, é proibido criar um novo ou usar contas já existentes para continuar monetizando conteúdo.

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De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PCO recebeu R$ 3 milhões do fundo eleitoral em 2022, valor abastecido com dinheiro do Tesouro Nacional destinado ao financiamento das campanhas políticas. Segundo estimativas da Fundação 1º de Maio, o partido terá acesso a R$ 3,5 milhões para as eleições deste ano. Por não ter nenhum parlamentar eleito no Congresso, o partido não recebe dinheiro do fundo partidário.

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