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Mortes por covid foram maiores em municípios com mais eleitores de Bolsonaro, diz estudo

Trabalho foi publicado nesta segunda, na revista Cadernos de Saúde Pública

20 mai 2024 - 15h31
(atualizado às 16h12)
Resumo
Cidades que mais votaram em Bolsonaro tiveram mais mortes por covid, afirma estudo publicado nesta segunda-feira, 20.

Municípios cuja maioria dos eleitores votou no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais de 2018 e 2022 tiveram mais mortes por covid-19 durante os picos da pandemia. A informação foi publicada nesta segunda-feira, 20, em um estudo na revista Cadernos de Saúde Pública. 

O trabalho analisou a relação entre o excesso de mortalidade registrado em 2020 e 2021 e o percentual de votos obtido por Bolsonaro no primeiro turno nas eleições presidenciais disputadas por ele. Durante a pandemia, o então presidente se opôs às recomendações de autoridades de saúde, ao isolamento social e ao uso de máscaras.

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Cidades que mais votaram em Bolsonaro tiveram mais mortes por covid
Cidades que mais votaram em Bolsonaro tiveram mais mortes por covid
Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Os pequisadores identificaram que cada aumento de 1% nos votos municipais para Bolsonaro em 2018 e 2022 esteve associado a uma alta de 0,48% a 0,64%, respectivamente, no excesso de mortes dos municípios durante os picos da pandemia. 

"Houve uma fidelidade enorme no eleitorado. Um núcleo de eleitores continuou a votar nele. A expectativa era que ele seria penalizado eleitoralmente, que a rejeição aumentasse. Isso não ocorreu", explica um dos autores do estudo, Everton Lima, docente e pesquisador da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), à Folha de S. Paulo.

Segundo Lima, não há uma relação de causa e efeito entre o comportamento de Bolsonaro e o número de mortes por covid. Ainda assim, o estudo sugere, por exemplo, que medidas de saúde inadequadas implementadas em municípios onde Bolsonaro obteve mais votos podem ter resultado em mais mortes pela doença.

Nem todas as mortes consideradas no estudo ocorreram por complicações da covid, já que outras doenças também entram no cálculo. Porém, na entrevista, Lima lembra que "muita gente não tinha acesso a serviços de saúde, porque ele estava sobrecarregado. Essas pessoas morreram de outras causas".

"Há uma fidelidade até certo ponto cega", diz Lima. "Estamos polarizados em um nível político que é o nós contra eles. Você acaba sendo alimentado por informações de dentro do seu grupo. Não conversa com o outro lado." 

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O estudo está disponível no portal da revista Cadernos de Saude Pública e teve colaboração ainda de Lilia da Costa, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Rafael Souza, Cleiton Rocha e Maria Ichihara, todos da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Fonte: Redação Terra
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