Marina: anúncio oficial de candidatura só ocorre em 2010

24 ago 2009 - 15h24
(atualizado às 16h45)

A senadora Marina Silva (AC) confirmou nesta segunda-feira que irá se filiar ao PV, naquilo que classificou como um segundo passo da sua nova trajetória política, depois de deixar o PT, partido no qual militou por 30 anos. Sobre a possível candidatura à Presidência, Marina disse estar honrada pelo fato de o PV considerá-la "candidata prioritária", mas que qualquer anúncio oficial sobre isso só será feito em 2010.

Marina quer sensibilizar os partidos políticos para incluírem as diretrizes ambientais como prioritárias
Marina quer sensibilizar os partidos políticos para incluírem as diretrizes ambientais como prioritárias
Foto: AFP

Se dizendo uma "mantenedora de utopias", a ex-ministra do Meio Ambiente afirmou que a filiação irá ocorrer em evento no próximo domingo, em São Paulo. "No momento, quero discutir um plano estratégico que contemple o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável para o Brasil, que deve ser considerado a maior potência ambiental do planeta", afirmou.

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Mesmo não assumindo a candidatura, ressaltou que ela e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff - favorita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sua sucessão - têm visões muito diferentes sobre a estratégia de como realizar os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

"Os brasileiros é que têm que fazer o julgamento do que é melhor para o Brasil. Ela defende as ideias dela e eu defendo as minhas", disse, referindo-se a uma possível disputa eleitoral com Dilma.

Meio ambiente em pauta

Neste momento, disse Marina, o desafio é sensibilizar os partidos políticos e o Congresso Nacional para incluírem as diretrizes ambientais como prioritárias. "Não se pode pensar em desenvolvimento se essa questão não estiver permeando as ações internas programáticas dos partidos, nem fizer parte das ações essenciais de todos os ministérios de maneira integrada", argumentou.

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A ex-ministra elogiou os investimentos na política social feitos pelo governo Lula, mas ressaltou que "ninguém pode viver a vida inteira dependendo de Bolsa Família".

"Não é possível que aqueles que cometeram irregularidades sejam beneficiados e os que seguiram o caminho correto, prejudicados. Seria necessário apenas regularizar 7 milhões de hectares para os médios e pequenos agricultores e não os 77 milhões de hectares que beneficiarão os grandes latifundiários e conglomerados jurídicos", disse, sobre a legislação articulada pelo ex-ministro Mangabeira Unger, de regularização fundiária na Amazônia.

Marina agradeceu o presidente Lula por ter vetado um dos pontos da lei, mas reclamou que ele "não vetou o mais importante, que dispensa a fiscalização das terras a serem regularizadas".

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