'Estamos encerrando os ciclos do atraso na vida brasileira', diz Barroso após julgamento

Presidente da Corte fez um breve discurso após a decisão da Primeira Turma do STF de condenar Bolsonaro e outros sete réus

11 set 2025 - 22h42
(atualizado em 12/9/2025 às 08h08)
Resumo
O STF condenou Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado, com Barroso destacando o julgamento como um divisor de águas e o encerramento de ciclos de atraso no Brasil.
Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal
Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal
Foto: Wilton Júnior/Estadão / Estadão

BRASÍLIA - O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, disse que "só o desconhecimento profundo dos fatos ou uma motivação descolada da realidade encontrará nesse julgamento (do ex-presidente Jair Bolsonaro) algum tipo de perseguição política".

Barroso fez um breve discurso após a decisão da Primeira Turma do STF de condenar Bolsonaro e outros sete réus pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, dano ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

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O presidente do STF disse que não faria nenhum juízo de mérito sobre o caso, mas elogiou o trabalho "hercúleo" do ministro Alexandre de Moraes e disse que o caso foi um "divisor de águas na história do Brasil". Ainda segundo Barroso, tratou-se de um "julgamento público, transparente, com devido processo legal, baseado nas provas mais diversas, vídeos, textos, mensagens, confissões".

"O Tribunal cumpriu missão importante e histórica de julgar, com base em evidências importantes, autoridades civis e militares por tentativa de golpe de Estado. Ninguém sai hoje daqui feliz, mas temos que cumprir com serenidade e coragem as missões que a vida nos dá", afirmou o ministro.

Segundo Barroso, "estamos encerrando os ciclos do atraso na vida brasileira, marcados pelo golpismo e pela quebra da legalidade constitucional". "Estou convencido que incompreensões de hoje vão se transformar em reconhecimento no futuro", afirmou.

"Desejo que estejamos virando uma página da vida brasileira e espero que possamos reconstruir relações, pacificar o País e trabalharmos por uma agenda comum e verdadeiramente patriótica, sem intolerância, extremismo e incivilidade", declarou o ministro, antes de encerrar a sessão da Primeira Turma do STF.

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