O tabuleiro político de Viamão está zerado. A vereadora Michele Galvão foi eleita para a presidência da Câmara Municipal em 2026. Em um contexto de crise institucional, a escolha tem peso muito maior do que o cargo legislativo em si: com a cassação da chapa eleita, Michele assumirá também, em janeiro, a Prefeitura de forma interina. O detalhe político que tensiona ainda mais o cenário é o fato de ela ser namorada do agora ex-prefeito, Rafael Bortoletti, o que inevitavelmente levanta questionamentos sobre continuidade de projeto e independência política.
No horizonte eleitoral que começa a se desenhar, os movimentos já estão claros. Guto Lopes surge como o nome da esquerda para a disputa complementar. Michele Galvão tende a representar a tentativa de manutenção do grupo político ligado a Bortoletti, enquanto Professor Bonatto aparece como símbolo do racha interno dentro do próprio PSDB. Correndo por fora, mas sem jamais ser descartado, está Capitão Martim, que pode entrar na corrida dependendo da leitura que fizer do cenário nas próximas semanas.
O fato é que Viamão entra em 2026 sem favoritos claros e com um ambiente instável até mesmo para padrões de eleições suplementares. O desfecho, como sempre, ficará a cargo das urnas. Porém, no momento, o tabuleiro político está completamente zerado.
Com a saída definitiva de Bortoletti e de seu vice, Maninho Fauri, a legislação eleitoral determina que o comando do Executivo fique com o presidente do Legislativo até que o Tribunal Regional Eleitoral marque eleições suplementares. Esse intervalo será curto, mas decisivo. Até o dia 6 de janeiro, quem ocupa a Prefeitura é o atual presidente da Câmara, Rodrigo Pox.